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Alimentação e consumismo na infância: uma combinação preocupante

Imagem retirada de Unsplash.
4 de julho de 2018

Qual o impacto dos interesses de mercado na alimentação das crianças?

Vivemos em uma conjuntura na qual o consumo é incentivado a qualquer custo, sem uma real reflexão sobre os impactos que isso pode ter socialmente para adultos e crianças. Algumas das consequências disso relacionam-se à alimentação, interferindo na construção de hábitos saudáveis e sustentáveis.

O documentário “Criança, A Alma do Negócio” (2008), dirigido pela cineasta Estela Renner e produzido pela Maria Farinha Filmes, aborda questões sobre os prejuízos que o incentivo ao consumismo e a publicidade dirigida ao público infantil podem gerar. Dentre as cenas apresentadas, há um trecho especialmente chocante em que crianças são questionadas sobre o nome de legumes, frutas e verduras e demonstram nunca terem tido contato com tais alimentos, como é possível conferir a seguir:

A falta de familiaridade com opções naturais de alimentação é uma questão séria. Ela indica que grande parte da dieta dessas crianças está pautada em produtos industrializados e ultra-processados, geralmente pouco nutritivos e repletos de açúcar, conservantes e gorduras. A ingestão exagerada dessas substâncias causa problemas à saúde. Além disso, o desconhecimento sobre esses alimentos também pode revelar uma falta de variedade das refeições oferecidas às crianças, algo essencial para que obtenham todos os nutrientes necessários para se desenvolverem.

Entretanto, os interesses de mercado frequentemente se sobrepõem ao compromisso com hábitos saudáveis. O acesso mais fácil a produtos de baixa qualidade unida ao bombardeio de propagandas e ao incentivo ao consumo geram impactos graves. Nesse sentido, é responsabilidade dos adultos ter um olhar crítico ao selecionar os alimentos que serão ofertados às crianças, bem como cuidado com os modelos e informações que apresentam. Por exemplo, quando optamos por premiar crianças em alguma circunstância especial com sobremesas, doces ou salgadinhos, estamos ensinando que esses alimentos são gratificações, e atrelando valores positivos a eles. Comida não pode ser recompensa nem moeda de troca.

Alimentar-se é parte do investimento nos cuidados com o próprio corpo e com o meio ambiente. Quanto mais incentivarmos e dermos o exemplo de práticas sustentáveis, responsáveis e prazerosas nesse sentido, mais estaremos contribuindo para uma sociedade saudável.

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