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Bullying não é brincadeira

Imagem retirada de Pixabay.
8 de fevereiro de 2017

Nesse post tentaremos introduzir de maneira breve algumas das implicações que certas condutas opressoras podem ter na vida de uma criança ou adolescente em desenvolvimento.

Em 2015 foi aprovada a lei de número 13.185 no Brasil, que caracteriza como bullying quaisquer práticas sistemáticas envolvendo violência física ou psicológica dirigida a uma pessoa ou a um grupo no intuito de agredir ou intimidar, causando sofrimento e angústia à(s) vítima(s). Podem ser agressões verbais (como um comentário desagradável ou a atribuição de um apelido pejorativo) ou corporais, incluindo ameaças mais graves.

Isso significa que o que até então se julgava ser apenas uma “brincadeira” pode deixar marcas bastante duras na vida de uma pessoa. Se olharmos à nossa volta ou mesmo na nossa própria experiência, encontramos pessoas que já sofreram episódios recorrentes de gozação e/ou algum tipo de discriminação, gerando até a perda de vontade de frequentar a escola, o isolamento social ou uma baixa autoestima.

Para o pesquisador e antropólogo Nestor Garcia Canclini, que estuda fenômenos culturais da pós-modernidade, “a identidade é entendida como uma narrativa que se constrói”. A construção dessa identidade também se faz a partir do olhar do outro e de como nos relacionamos e somos percebidos nos lugares por onde circulamos. Por isso, como irá se desenvolver uma criança que escuta ou vivencia atitudes de outros marcando que não se encaixa num dado perfil, que tem defeitos que não podem ser aceitos dentro do grupo, que é inferior aos demais por suas características pessoais etc.?

Não é incomum que o bullying ocorra na escola, e esta, sendo um espaço de socialização importante na vida de crianças e adolescentes tem o compromisso de cuidar dessas relações e ser um local de referência priorizando o respeito, a conversa, a reflexão sobre atitudes segregacionistas, por exemplo, não deixando que situações passem despercebidas. É claro que as brincadeiras entre colegas também fazem parte das interações cotidianas, mas é necessário distinguir até que ponto a piada se coloca num limite aceitável e quando começa uma violação propriamente dita.

É fundamental que os espaços educativos incentivem a solidariedade, proponham atividades de cooperação e interpretação de diferentes papéis em um conflito, desenvolvam ambientes favoráveis à comunicação entre os alunos, escutando a todos de maneira democrática e permitindo que se posicionem diante de situações de violência, sejam quais forem.

Estimular as crianças e adolescentes a informar casos em que ocorrem episódios de bullying facilita o trabalho dos educadores, que ganham ferramentas para atuar, os convocando a pensarem juntos em atitudes de combate ao problema e em maneiras de transformar essa dinâmica dentro dos grupos. Chamar os pais para participar dessas conversas também é importante considerando que a escola não é apenas um lugar onde se ensina e se aprende conteúdos formais, sendo igualmente responsável pela formação cidadã dos alunos. Então, é mesmo essencial envolver a comunidade levando-a a refletir sobre as relações, os direitos e deveres de todos, recuperando e reiterando valores que norteiem a vida compartilhada.

E você? O que pensa sobre isso? Compartilhe sua opinião acerca do tema com a gente!

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