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As novas configurações familiares e seus reflexos na infância contemporânea

Foto de Maria Rita Kehl retirada de Instituto CPFL
13 de novembro de 2017
Este artigo faz parte da série:

O tempo da infância e a infância de nossos tempos

No quarto programa da série “Café Filosófico – O Tempo da Infância e a Infância de Nossos Tempos”, a psicanalista Maria Rita Kehl comenta sobre “As novas configurações familiares”.

O quarto programa do Café Filosófico, Tempo da Infância e a Infância de Nossos Tempos, recebeu a psicanalista Maria Rita Kehl, que falou sobre “As novas configurações familiares”.

A partir de suas experiências, suas observações, sua prática clínica e seu artigo “Em defesa da família tentacular”, Maria Rita Kehl comentou sobre as possíveis influências que novas formas de organização da família podem ter sobre a infância contemporânea.

Para iniciar sua reflexão, a psicanalista convidada discutiu o quanto a família nuclear burguesa – socialmente tomada como modelo – não é nem tão antiga e nem única possibilidade para estruturação subjetiva. Conforme vimos na série Infâncias ao longo do tempo, muitas diferentes formações familiares foram adotadas historicamente, a depender do contexto. As mudanças nessas maneiras de se organizar ocorreram em conjunto com outras transformações importantes em relação à política, à comunicação, às trocas afetivas e materiais.

Continuamos questionando as referências anteriores, construindo novas formas e possibilidades para a família, de forma que ela se adeque mais às necessidades atuais. Os homens têm começado a se ocupar mais dos filhos. As mulheres têm a opção de não ter filhos ou de engravidar mais velhas; estão envolvidas com distintas atividades e não apenas com a maternidade. A sexualidade e os laços afetivos estão mais flexíveis e tomam diversos caminhos. A família deixou de ser vista apenas como o triângulo tradicional mãe-pai-filho para tornar-se algo ampliado, amparado em redes de apoio extensas.

O papel fundamental da família, seja qual for a sua configuração, continua o mesmo: transmitir a lei e a cultura pela via afetiva, impedindo que as crianças se mantenham entregues à voracidade por satisfação ilimitada e fazendo com que encontrem soluções criativas para a frustração de seus desejos. Cada núcleo familiar encontrará formas particulares de fazer isso, ancorando-se também no arcabouço cultural da sociedade na qual está inserido.

Vale a pena conferir a íntegra desse programa da série Tempo da Infância e a Infância de Nossos Tempos. Esperamos as opiniões e reflexões de vocês sobre o assunto aqui nos comentários!

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