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Pequenos notáveis: a superexposição na infância

13 de abril de 2015

A internet nos traz cada vez mais exemplos de crianças que ficam famosas por suas habilidades precoces. Mas será que toda essa atenção e reconhecimento valorizam de fato a infância? E nós como, adultos, devemos permitir essa exposição?

O lugar ocupado pela criança em nossa sociedade é algo bastante complexo. Há um olhar cada vez mais atento ao que é específico da infância e às necessidades e particularidades desse momento de vida. Ao mesmo tempo, existe também a perspectiva que enxerga na criança um pequeno consumidor, cujas realizações só são valorizadas à medida que se aproximam das habilidades adultas.

Nesse contexto, muitas crianças têm se destacado na internet por sua precocidade: há os pianistas mirins, os pequenos pensadores, as modelos infantis… Uma série de mini-prodígios que se sobressaem por capacidades que não são próprias de sua idade. Adultos deslumbrados observam essas “estrelas” com fascínio e admiração. Mas será que isso faz bem para essas crianças? Será que a fama, a exposição ou mesmo o investimento nessas habilidades específicas favorecem seu desenvolvimento?

O jornal O Estado de S. Paulo trouxe à tona esta discussão num conjunto de duas matérias intitulado “Infância Deletada”, publicadas no caderno Aliás. Em “O peso de ser criança”, Ana Lúcia Villela, uma das fundadoras do Instituto Alana, comenta sobre os efeitos negativos da superexposição na infância. Ao longo da entrevista, ela conta que, em nosso país, não é apenas o critério da família que influencia nas decisões acerca do bem estar da criança.

Segundo Ana Lúcia, nossa Constituição assegura que a infância seja protegida também pelo Estado e pela sociedade. “Aqui a criança é de todo mundo, como se fosse da aldeia. É dever de todos cuidar, proteger e fazer com que a criança se desenvolva de uma forma saudável”.

A segunda matéria do conjunto, “As pedrinática pira”, comenta o caso de MC Pedrinho, menino de 12 anos que se tornou funkeiro reconhecido. As letras de suas músicas, recheadas de conteúdos sexuais, fazem sucesso no YouTube e nos shows do garoto. Cada apresentação rende cerca de R$ 5 mil por madrugada, em várias cidades do Brasil. Mas será que a família de Pedrinho e os produtores e marqueteiros dessa criança estão de fato permitindo que o menino se desenvolva e cresça de modo saudável? Que tempo essa criança tem para brincar, estudar e encontrar os amigos? Como lida com as viagens constantes, a ansiedade antes dos shows e as noites mal dormidas? O que aprende ao viver essas situações do universo adulto?

Para ler na íntegra as duas matérias e a entrevista completa de Ana Vilella, basta clicar aqui e aqui.

Queremos saber o que você pensa sobre esses assuntos! A exposição precoce pode ser prejudicial? A criança deve ser apenas responsabilidade da família? Ou a sociedade e o Estado devem ajudar a garantir seus direitos? Esperamos seus comentários!

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