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Brincar Educa: o que as crianças aprendem quando brincam?

9 de janeiro de 2017
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Série Educa

Brincar, cantar, conversar, perguntar, cozinhar, opinar, ler e ouvir histórias etc. são fontes de aprendizagens significativas ao longo da infância e educam. Por essa razão, publicaremos uma série de posts com o mesmo enfoque: como e por que essas ações educam as crianças? Confira o primeiro aqui!

Você já parou para pensar que o brincar, ao longo de toda a infância, não representa apenas momentos de diversão, mas também de inúmeras aprendizagens? Quando se pensa em brincar é fácil atrelar essa atividade às crianças e não somente porque é importante que se divirtam, mas também porque essa “diversão” é fonte de aprendizagens fundamentais que impactam no desenvolvimento infantil.

Antes de tudo, é necessário levar em conta que a brincadeira não é algo que nasce com o bebê, é algo a ser aprendido no convívio social e cultural e, de início, na interação com os pais ou cuidadores principais ou com os irmãos mais velhos. Quando oferecemos objetos e brinquedos, quando asseguramos momentos na rotina e até mesmo um espaço para o brincar e, mais ainda, quando brincamos com o bebê e com as crianças estamos ensinando essa atividade. E, em qualquer idade, é possível que aprendam a brincar e conheçam novas brincadeiras.

Brincar também favorece aprendizagens diversas e contribui para o desenvolvimento em distintos âmbitos. Quando a criança interage com outras pessoas (crianças ou adultos) ao longo de uma brincadeira, precisa aprender a cooperar, a dividir tarefas e papéis, a compartilhar um mesmo espaço ou determinados objetos, a respeitar o outro. Do mesmo modo, aprende a negociar e a construir resiliência, já que nem sempre o que ela deseja será atendido demandando ajustes e acordos.

Além disso, do ponto de vista físico e participando de brincadeiras que envolvem correr, pular, saltar, se equilibrar etc., a criança adquire maior conhecimento sobre seu próprio corpo e suas possibilidades e, ainda, aprende sobre autocontrole. Também pode ser instigada a vencer desafios ajustados às suas competências e idade, como saltar alguns degraus ou enfrentar com mais autonomia um escorregador, por exemplo. Isso certamente contribui para que aprenda sobre superação e sobre a importância de enfrentar alguns obstáculos. Sem falar, é claro, que esse tipo de brincadeira ajuda no combate à obesidade infantil.

Em situações de jogo, a criança lida com outros desafios tendo que refletir e antecipar tomadas de decisões (o que implica na construção de hipóteses e de estratégias), observar as ações dos demais jogadores e lidar com elas e compreender e atuar de acordo com as regras estabelecidas.

Quando a brincadeira envolve que se assuma os mais variados papéis (como ao brincar de casinha ou de exercitar profissões, por exemplo, ou mesmo em que se reproduzem ou criem situações envolvendo heróis, monstros, príncipes, princesas etc.), as crianças aprendem sobre o mundo social e sobre as emoções vivenciadas nas diferentes relações que se estabelecem, como ao cuidar de uma boneca, tratando-a como um bebê, ou ao realizar um “resgate” de alguém ou mesmo de um “animal”. Também as incentiva a experimentar modos diferenciados de agir, a depender do papel em questão, a enfrentar alguns medos e explicitar sentimentos. E, aqui, vale ressaltar, não estão em pauta questões de gênero, já que meninos e meninas podem – e devem! – vivenciar quaisquer papéis.

E não se pode deixar de lado a importância do brincar para a aquisição da linguagem. Ao conversar com outros – adultos ou crianças –, ao imitar papeis e usar falas emprestadas de filmes e de histórias ou observadas em situações reais, ao terem que tomar decisões, compartilhar ideias e construir a brincadeira, a linguagem oral é vivenciada e aprendida nesses e outros importantes contextos e como parte integrante da própria brincadeira.

Da mesma forma, entra em jogo a linguagem escrita, quando alguns registros – convencionais ou não – são feitos pelas crianças para nomear um espaço, identificar objetos (como quando brincam de compras e vendas), organizar listas etc. Aprendem, aqui, tanto sobre os usos da linguagem escrita como também refletem e explicitam suas próprias hipóteses sobre como se escreve.

Para nós, adultos, fica a importância de assegurar que o brincar faça parte da rotina diária das crianças e não apenas dentro de casa, mas em quaisquer espaços, inclusive ao ar livre, como em parques e praças. É por meio da brincadeira que muitas aprendizagens ocorrem ao longo de infância, aprendizagens fundamentais e insubstituíveis para o desenvolvimento das crianças.

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