8 de junho de 2015
Corrupção, delação… atitudes que podem ser discutidas com as crianças para que possam pensar a respeito e formar seus princípios e valores relacionados ao que vivem.
Valores, princípios, normas e atitudes são aspectos que necessitam sempre ser refletidos com consciência e vivenciados em suas diferentes dimensões no dia a dia das crianças. Isso é importante para que elas possam compreender e incorporar estes pontos como sua forma de viver e lidar com as situações que surgirem no caminho.
Situações diversas que as crianças vivenciam podem suscitar que elas assumam posturas muito próximas às atitudes de corrupção e delação. Por isso é importante poder falar sobre esses temas com elas e permitir uma reflexão mais profunda, favorecendo aprendizagens significativas.
E para nos ajudar a pensar mais e melhor sobre esse assunto, nada melhor do que analisar uma situação retratada em uma história. Longe de querermos reduzir o maravilhoso conto de Machado de Assis – Conto de Escola – a um tema ou aspecto único, pois sabemos que ele tem um valor literário incomensurável, podemos olhar para o que vivem os personagens Pilar, Raimundo e Curvelo aproveitando o foco da corrupção.
Uma situação que parece simples: ajudar um colega que tem dificuldades em aprender e receber pagamento para isso.
Onde está o problema?
De um lado, está na própria reflexão que Pilar faz a respeito: “Se me tem pedido a coisa a favor, alcançá-la-ia do mesmo jeito, como de outras vezes”. O limite pode estar no que se recebe por uma coisa que não lhe é devida… Mas a vontade de ter o que é oferecido supera o bom senso da honestidade.
No outro lado – da delação – está Curvelo que denuncia os colegas ao professor pela atitude testemunhada.
Como lidar também com essa atitude? Como ver e não fazer parte?
Imagem: Nelson Cruz
A reação do professor o faz se arrepender de sua atitude. O medo de Pilar o faz fugir e se esconder na saída da escola.
Tudo isso ocorre em tempos idos e mostra atitudes de violência física por parte do professor que hoje não vivenciamos mais – além de já sabermos que não é um bom recurso. Mas e se tudo ocorresse hoje? Como poderíamos ajudar essas crianças a aprenderem com esse caso?
Situações como essa são delicadas e não demandam uma única forma de lidar com elas. Mas nós, adultos, precisamos estar atentos para poder ajudar as crianças a pensar e formar seu caráter, pois a maneira como negamos ou aceitamos tais circunstâncias em nossas vidas ajudam a construir os valores e os princípios desses pequenos que convivem conosco.