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“Brincar é urgente”

6 de fevereiro de 2015

Quanto tempo temos para a brincadeira nas nossas vidas? Por que o tema “brincar” tem sido discutido e considerado importante?

A brincadeira é uma porta importante para o aprendizado. Ao brincar com um peão, de bate-bate e de pular corda a criança não só se diverte, mas testa e desenvolve conhecimentos.

O documentário Tarja Branca – A revolução que faltava, do diretor Cacau Rhoden, apresenta depoimentos de pedagogos, músicos, atores e pesquisadores de brincadeira, em um filme que é uma consagração do ato de brincar como parte fundamental do desenvolvimento humano.

Brincar, além de contribuir para o aprendizado das crianças, traz em si valores e princípios que podem ser carregados para a vida adulta.

O filme levanta a bandeira da brincadeira como aprendizado, chamando atenção para as estratégias pedagógicas que utilizam a brincadeira a seu favor, em vez de reprimi-la, como é comum em algumas instituições de ensino.

O nome do documentário, Tarja Branca, é um trocadilho com a tarja preta dos remédios psiquiátricos cada vez mais difundidos, o que coloca em pauta de discussão uma crítica à crescente medicalização de adultos e crianças.

Já levantamos aqui e aqui críticas à agenda cheia das crianças. Soterrá-las de atividades como inglês, balé, natação e piano tem vantagens claras, mas entre suas desvantagens, estão a falta de tempo para a criança brincar livremente e aproveitar o tempo a seu próprio modo. O tempo livre é importante para o desenvolvimento da criança.

Tarja Branca traz o ponto de vista dos adultos sobre a brincadeira. São elaborações, do mais racional ao mais emocional, em relação a algo que é próprio da vida da criança. Mas não se pode esquecer o olhar das crianças sobre algo que permeia seu cotidiano e desejos de diversão. Já reunimos aqui uma galeria de brincadeiras acompanhadas de reflexões infantis.

Assistir Tarja Branca possibilita a adoção de uma perspectiva diferente em relação ao papel da brincadeira no desenvolvimento infantil, além de sua importância na vida adulta.

Mas atenção: não podemos cair no erro de, ao encarar o brincar como ato potencialmente educativo, tratá-lo como outra atividade obrigatória. Cada criança tem o seu jeito de brincar – algumas gostam de correr e jogar futebol, outras preferem ficar em casa lendo sozinhas -, e por meio disso, aprendem coisas diversas.

Então, no quesito brincadeira, talvez nós necessitamos ouvir e observar as crianças, e ao invés de ensinar, podemos aprender com o aprendizado delas!

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