19 de setembro de 2016
De que modo podemos agir para que nossas interações com a criança sejam fonte de aprendizados e base para relações positivas? Reflita conosco!
O adulto é uma figura extremamente importante no desenvolvimento da criança. Seu papel, além de modelo, é favorecer interações de qualidade com as pessoas e com o universo que a rodeia. E isso representa, sempre, um grande desafio. Por vezes, algumas atitudes, sobre as quais nem paramos para pensar, podem ser uma chave importante no fortalecimento da relação com a criança e no apoio às tantas conquistas que ela precisa fazer.
Pensando nisso, sugerimos a reflexão sobre algumas atitudes que podem ajudar e fortalecer relações entre adultos e crianças. É fato que esses aspectos serão vividos de forma diferente em cada relação e que existem inúmeros outros elementos que compõem a interação. Porém, investimentos nessas questões podem fazer grandes diferenças:
1. Confiar na criança: É importante que o adulto dê liberdade à criança, permitindo que ela explore os ambientes e realize atividades e tarefas com autonomia. Dessa forma, ela sentirá que é capaz de cuidar de si, o que contribui para sua autoestima. É verdade que independência é conquistada progressivamente e a cada idade a autonomia representa distintas possibilidades também. Porém, desde cedo, é possível dar abertura para que a criança aprenda a realizar determinadas tarefas e ações sozinha, prescindindo, aos poucos, do adulto. Ajudar em casa, dando pequenas contribuições, por exemplo, é uma forma de incentivar não só o desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas, como de convidar as crianças a participar dos cuidados de ambientes compartilhados, pelos quais são corresponsáveis.
2. Dizer não: Apontar limites de forma clara e com firmeza é algo extremamente necessário na educação das crianças. Isso não significa ser ríspido ou autoritário, mas sim se colocar num lugar de referência. Certos “nãos” são formas de proteger a criança de riscos dos quais ela ainda não tem conhecimento ou de ensinar questões fundamentais de convívio social. Uma criança que não experimenta frustrações e limites pode tornar-se extremamente angustiada, encontrar dificuldades nos relacionamentos e sentir-se despreparada para enfrentar desafios.
3. Apostar na aprendizagem: Muitas vezes, os adultos sentem-se preocupados em apresentar desafios grandes demais para as crianças ou mesmo em deixá-las enfrentar à sua maneira situações e problemas que a vida coloca. É claro que deixar crianças vivenciarem situações muito angustiantes sozinhas pode levar a sentimentos de abandono e desamparo. Porém, é fundamental não subestimar as capacidades infantis de aprender com obstáculos e erros. Enfrentar desafios pode ser uma ótima maneira de descobrir novos caminhos, inventar soluções criativas, tornar-se mais flexível, confiar nas próprias capacidades de resolução de problemas, entre tantos outros aprendizados.
4. Observar e escutar: Crianças são muito inteligentes e sensíveis e costumam perceber aspectos das situações que nós, adultos, absorvemos de modo automático. Muitas vezes os pequenos se expressam de maneiras inusitadas, com as quais não estamos acostumados. É importante dar espaço para que tragam seu ponto de vista sobre as vivências. Escutar atentamente essas manifestações também é uma forma de conhecer o que se passa com aquela criança.
5. Auto-observação: Além de observar a criança e tentar compreender o que ela comunica, é fundamental ser capaz de olhar para si mesmo e questionar as próprias atitudes. Como tenho agido com essa criança? Como reajo às manifestações e características dela? Que modelo de comportamento tenho oferecido? Como tenho me comunicado com a criança? Refletir sobre essas e outras questões pode ajudar a transformar aspectos da relação que não estão sendo favoráveis à manutenção do vínculo com a criança e ao seu desenvolvimento. Além disso, a possibilidade de rever uma atitude e de reconhecer os próprios erros, desculpando-se com a criança, contribuem para o adulto ser visto como uma referência confiável e respeitada.
Você tem mais alguma ideia de caminhos interessantes para alimentar boas relações com a criança? Que tal, além de colocá-las em prática, contar sobre elas para nós nos comentários?