Confira, em mais um post da nossa série Educa, aspectos importantes sobre esse movimento tão básico e crucial para o desenvolvimento das crianças.
A chegada de um irmão ou irmã na família, fazer trabalhos em grupo, dividir um brinquedo que está sendo disputado com os amigos na escola, repartir o lanche com alguém que deseje um pouco dele… São muitas as situações que solicitam das crianças uma abertura, por vezes custosa, à vida compartilhada.
Em quantas brechas podemos observar difíceis embates, nos quais num piscar de olhos os pequenos se transformam em rivais movidos pela vontade imediata de obter prazer e satisfação a partir de um lugar privilegiado? A angústia que acompanha esses momentos geralmente se revela por meio do choro, de birras, crises de ciúmes, mordidas… e essas são ótimas oportunidades para trabalhar as frustrações com as crianças.
Existe um sentimento de onipotência vivenciado nos primeiros anos de vida que é fundamental para o desenvolvimento emocional infantil. Sentirem-se importantes, fortes, amadas e corajosas são fórmulas indispensáveis para que as crianças deem conta de crescer e construir, pouco a pouco, suas personalidades. Com o passar do tempo, elas vão ganhando autonomia para andar, comer, falar, tomar banho, se vestir e enfrentar o mundo fora de casa com as capacidades que foram adquirindo, descolando-se gradativamente de suas figuras de referência, das quais dependeram quase que inteiramente até agora para sobreviver.
Se por um lado se tornam mais aptas a transitar por espaços inéditos, por outro estes também lhes trarão novos desafios. Diferentes regras, diferentes pessoas e diferentes aprendizagens atravessarão constantemente o seu dia a dia, convocando os pequenos a assumirem, com isso, novas posturas. Abdicar daquele lugar especial, protegido, onde reinavam e circulavam sem grandes impedimentos é mesmo muito difícil no começo.
O adulto terá aí um papel essencial enquanto mediador de conflitos e é muito importante que ele seja uma referência de cuidado, escutando o que as crianças têm a dizer, mostrando como pode ser bacana essa troca, que ela faz parte da vida de todos nós, que faz com que aprendamos a ser pessoas mais generosas, nos dá a oportunidade de intercambiar objetos e pertences diversos (os quais não conheceríamos se não fosse por esse compartilhamento), bem como os ganhos adquiridos com novas amizades, negociações etc.
É claro que respeitar o tempo e a vontade das crianças é extremamente valioso se queremos ensinar sobre as vantagens de se viver em sociedade. Portanto, se eventualmente elas não quiserem emprestar algo que lhes seja de grande estima, ou então participar da mesma brincadeira que a maioria de sua turma está propondo, deve-se considerar as suas escolhas, mas dando sempre a oportunidade para pensar sobre isso e suas implicações no meio em que vivem.
Pensando a respeito da importância que as interações têm na infância, a equipe do Toda Criança Pode Aprender desenvolveu um aplicativo chamado Apprendendo, que dá algumas dicas e sugestões aos adultos de como aproveitar os momentos da rotina para favorecer as aprendizagens infantis. Baixe gratuitamente em seu dispositivo móvel de sistema Android ou iOS!