22 de abril de 2019
O universo da arte favorece o desenvolvimento da curiosidade, da criatividade e de um olhar mais apurado sobre o mundo.
A primeira edição da Bienal das Crianças, da Galeria Nacional de Singapura, foi organizada em 2017. Com o tema “Sonhos & Histórias”, o evento consistiu em 9 instalações de arte contemporânea feitas por artistas do mundo todo, selecionadas e montadas com o público infantil como alvo.
Na exposição, toda obra de arte conta uma história, seja inspirada por mitos e lendas, pessoas e lugares ou expressando as perspectivas dos artistas sobre o mundo em que vivemos. Explorar diferentes obras e formas de arte permite que as crianças aprendam mais sobre seu entorno e sobre si mesmas.
Por meio de diferentes interações com obras de arte, as crianças constroem repertórios, enriquecem a imaginação, têm a curiosidade estimulada, a percepção desafiada e realizam conexões inesperadas. Cabe aos museus de arte incluir as famílias na programação de exposições e atividades, e às famílias, incluir os museus em suas vidas.
Como dizem os organizadores da Bienal, crianças curiosas são os pensadores criativos do futuro. Confira alguns destaques das obras apresentadas:
A Sala de Obliteração
(The Obliteration Room, de Yayoi Kusama)
Esta obra é uma das mais conhecidas da artista japonesa Yayoi Kusama. A inspiração vem da infância da artista, que, ainda menina, começou a ver o mundo cheio de pontinhos que cobriam tudo o que ela via. Nessa montagem, especialmente pensada para crianças, os móveis são todos de tamanho adequado para os pequenos, que são livres para cobrir o cômodo com pontinhos coloridos.
O Soneto em Azul
(The Sonnet in Blue, de Tran Trong Vu)
Uma grande massa azul ganha forma e significado à medida em que fica mais próxima. Trata-se de um labirinto todo florido em que as flores trazem histórias e poemas escritos por crianças do sudeste asiático. Ao passear pela obra do artista vietnamita Tran Trong Vu, é possível entrar em contato com os sonhos e a imaginação das crianças de sua região de origem.
Rocha & Esfera
(Rock & Sphere, de Ian Woo)
O artista singapuriano Ian Woo, inspirado por formas regulares e irregulares, apresenta dois objetos, uma rocha e uma esfera, que podem ser quebrados e rearranjados para criar novas formas. Aqui a imaginação corre solta, já que a partir de dois elementos cada um pode inventar infinitas conexões entre cores e formas.
Sendo Você Mesmo
(Being Yourself, de Chng Seok Tin)
Este painel de madeira combina uma série de xilogravuras que as crianças podem tocar e, por meio do tato, entrar em contato com as emoções que a artista expressou através de variadas texturas. A singapuriana Chng Seok Tin perdeu a visão na vida adulta. Em sua obra, a artista expressa diferentes sentimentos ligados à sua vida.
Em conjunto com uma exploração visual e sensorial, na interação com esse trabalho os pequenos entram em contato com essas emoções. Também havia a possibilidade de levar uma folha de papel e passar um giz de cera por cima de uma parte do painel, podendo ter em casa um recorte pessoal dessa obra de arte.
Aqui é possível conhecer todas as obras da Bienal em movimento: