27 de novembro de 2017
Conheça aqui o projeto que ensina crianças e jovens de comunidades de baixa renda em Portugal a construírem suas próprias câmeras e a fotografarem!
Idealizado pelo publicitário Bob Ferraz e pelo fotógrafo Diego Bastos Cunha, o projeto Lá Tinha ganhou seu nome a partir de uma brincadeira com um grande símbolo da capital portuguesa: a sardinha. Esse peixe é geralmente consumido em latinhas, que depois são jogadas fora. Entretanto, nas mãos das crianças e jovens de Lisboa que participam do projeto essas e outras embalagens (como caixas de leite e de suco) transformam-se em câmeras fotográficas, ferramentas para registrar de modo sensível e sustentável o que seus olhares capturam, ou, como brinca o título do projeto, aquilo que “lá tinha”. Mesmo não sendo um símbolo do nosso país, a boa notícia é que o projeto está começando também no Brasil! A primeira oficina ocorreu em julho de 2017, no Cantagalo, na cidade do Rio de Janeiro.
Conforme descreve o site do Lá Tinha: “Construímos as câmeras para entender melhor seu funcionamento, aprendemos como usá-las e vamos à rua exercitar o olhar ao fotografar nosso entorno. Enquanto investigamos o que criamos, desenvolvemos nossa técnica, jogamos com o comprar ou criar; antigo ou avançado; industrializado ou artesanal; e outros valores implícitos. (…) A oficina é organizada com tarefas colaborativa, à parte de compartilhar ferramentas, materiais, ideias, habilidades etc.”
Além das saídas fotográficas, também acontecem encontros com as crianças e jovens para que eles observem o resultado das fotos e discutam sobre diferentes técnicas e efeitos que podem ser usados na arte da fotografia.
Já discutimos aqui o quanto o olhar dos pequenos sobre seus entornos pode ser transformador. Além disso, oportunidades como essas permitem que a cidade seja ocupada por crianças e jovens que, ao se apropriarem desse espaço, dialogam com ele a partir de um olhar sensível e criativo e entram em contato com suas histórias e culturas.
Outra questão muito importante que o projeto permite é que os jovens e crianças tenham a experiência de processos: construir a câmera, fazer algo artesanalmente, aprender fotografar… Todas essas etapas precisam ser vividas pouco a pouco, lentamente, incorporando erros e improvisos – algo que nem sempre tem espaço para acontecer na nossa apressada sociedade voltada para a produção e para o consumo.
Vale muito a pena conferir os registros das crianças no site do projeto. Deixamos aqui uma pequena amostra para aguçar a curiosidade de vocês!
* O título do texto baseia-se na descrição do projeto que aparece no “sobre” do site do Lá Tinha.
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