4 de dezembro de 2017
Este artigo faz parte da série:Contos de fadas e o desenvolvimento emocional das crianças
Conheça aqui um pouco mais sobre os significados da história do “Patinho Feio”, em mais um post da nossa série sobre Contos de Fadas!
“O Patinho Feio” é uma história de Hans Christian Andersen, amplamente conhecida e muito bem recebida pelas crianças pequenas. O herói deste conto é desde cedo rejeitado pela mãe e irmãos por ser muito diferente e considerado feio. Ele foge de casa, à procura de um lugar que o aceite. Passa por lagos e pela terra, convivendo com as mais diversas criaturas, mas ao longo do caminho não recebe o acolhimento que espera. Finalmente, crescido e com saudades dos ambientes aquáticos, volta a um lago onde esteve entre cisnes. Ao olhar-se no reflexo das águas, percebe que ele mesmo se tornou também um belo cisne e finalmente reconhece a si mesmo e encontra seu lugar.
Esse conto, à primeira vista, assim como o de A Princesa e o Sapo, nos faz considerar o tema da diversidade. Provoca uma reflexão nas crianças que se identificam ao mesmo tempo com o patinho feio e com aqueles que não o aceitam. Dessa maneira, convida a pensar na importância de ser respeitoso com aqueles que são diferentes, pois o impulso de rejeitar ou ser agressivo pode causar grande tristeza e sofrimento.
Entretanto, aproximando-se um pouco mais dessa ideia, percebemos que a rejeição do diferente não diz respeito apenas ao outro. Pode estar relacionado inclusive com a ideia de aceitar aquilo que em si mesmo é tido como estranho, difícil, feio ou inesperado. Aprender a lidar com o que em nós não corresponde fielmente às expectativas – sejam elas sociais, parentais ou próprias – é algo fundamental para encontrarmos uma identidade. Assumir limites e perceber que não somos perfeitos é libertador e permite que encontremos saídas criativas para descobrir nosso lugar no mundo.
As crianças pequenas precisam do olhar esperançoso de seus cuidadores, que veem nelas potenciais e imaginam seu futuro. Mas necessitam também desvencilhar-se de parte dessas expectativas e lidar com as frustrações que isso acarreta para começar a construir um caminho próprio.
Nosso herói não está destinado a ser eternamente um patinho feio. Ele precisa conhecer outras referências, circular pelo mundo, amadurecer e mudar seu olhar sobre si mesmo, saindo do lugar de rejeitado, para poder enxergar-se como cisne.
E você, leitor? Consegue ver mais desdobramentos e significados que permeiam essa história? Conte para nós nos comentários!
Este post foi escrito com base no livro “Fadas no Divã”, de Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso.