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Brincar, sim, e nos espaços da universidade

Imagem retirada de Portal Aprendiz
Em parceria com Portal Aprendizicone-link-externo

O Portal Aprendiz identifica a educação integral como um potente instrumento de transformação da sociedade e entende que a cidade é um espaço repleto de oportunidades educativas capazes de promover, em conjunto a outros espaços formadores, o desenvolvimento integral dos indivíduos. O site espera estimular a reflexão e o engajamento social na construção de uma educação plural que transcenda os muros da escola e garanta a aprendizagem contínua e o pleno desenvolvimento dos sujeitos.

23 de novembro de 2017

Apresentado por nosso parceiro Portal Aprendiz, conheça o projeto de uma universidade baiana que traz as crianças para brincar no campus.

Na região central de Salvador, em frente a biblioteca de uma das universidades mais importantes do país, a UFBA, crianças de todas as idades e suas famílias reúnem-se mensalmente para brincar. Em meio aos jardins da universidade, são realizados piqueniques comunitários e misturam-se mágicos, grupos de teatro e demais artistas dispostos a conversar com os pequenos e a resgatar a convivência na cidade. É o projeto “Crianças na UFBA”, coordenado pela psicóloga Juliana Prates Santana e que há dois anos ressignifica a relação entre cidade e universidade.

Criado a partir de um sarau infantil durante a greve de professores de 2015, a iniciativa é hoje um dos principais projetos de extensão da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e articula diversos atores de Salvador, dentro e fora dos muros da universidade. A única regra é não comprar ou vender nada, o que se relaciona com os outros princípios norteadores da ação: solidariedade, sustentabilidade e a desinstitucionalização do brincar, deixando as crianças livres para se divertir.

Esses princípios, valores inegociáveis do projeto, foram escritos em parceria com Adriana Ferriz, também professora da universidade, logo após o sarau de 2015. “Foi uma atividade muito bem sucedida, enchendo a universidade de crianças. Nunca vi os brinquedos dos meus filhos tão utilizados como naquele dia, e então pensei que era um desperdício realizar uma ação desse tipo apenas durante a greve”, relembra.

A primeira edição foi tímida e trouxe 30 crianças para a Praça das Artes do campus Ondina, em sua maioria filhos de alunos, funcionários, ou professores da universidade. A proposta de abrir a UFBA para crianças assustou a reitoria no começo, mas o resultado mostrou que o investimento valia a pena. “Por não estar acostumada a receber crianças, a Universidade tinha vários receios: e se as crianças se machucarem? Se perderem? Com o tempo, veio o entendimento de que essa não é uma ação para tomar conta das crianças, mas sim de abrir o espaço para que elas aproveitem junto às famílias”, esclarece a psicóloga.

A ideia deu tão certo que o “Crianças na UFBA” reuniu cerca de 300 crianças em sua edição de outubro deste ano e as famílias já pedem por mais encontros além dos que ocorrem mensalmente (todo primeiro sábado do mês, das 14h às 18h). Ainda não há planos, mas a reitoria da Universidade reconheceu a estratégia de ocupação e integração como favorável e algo em que vale a pena investir.

“[O ‘Crianças na UFBA’] valoriza o espaço público, resgata a convivência na cidade e proporciona uma experiência cidadã diferente, na base do diálogo e da negociação. Essas crianças vão poder dizer que brincaram na UFBA, o que é uma outra relação com a universidade. Uma relação de compreensão sobre sua função pública e da importância de uma educação gratuita e de qualidade”, sintetiza.

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