16 de setembro de 2025
O projeto Aprender a Estudar Textos (AET) iniciou neste ano uma nova implementação, marcando a expansão da metodologia para seis municípios da região de Feira de Santana, na Bahia: Água Fria, Antônio Cardoso, Conceição da Feira, Conceição do Jacuípe, Ipecaetá e Irará. Desde o começo do ano estão sendo conduzidos os processos de articulação com as secretarias municipais de Educação, bem como as primeiras ações de mobilização, em preparação para o início dos processos formativos em 2026.
A iniciativa abrangerá todas as turmas de 4º e 5º ano do ensino fundamental dos municípios, alcançando cerca de 100 escolas e 3.700 estudantes diretamente, com o potencial de envolver aproximadamente 500 professores da etapa.
Esse movimento busca apoiar as redes de ensino na concretização de políticas nacionais como o Pacto Nacional pela Recomposição das Aprendizagens e o Compromisso Criança Alfabetizada. Entendendo que a priorização curricular exige abordagens específicas para a aprendizagem da língua escrita, o AET propõe uma metodologia que coloca o texto no centro das práticas de sala de aula, permitindo que os professores trabalhem habilidades essenciais de forma integrada e contextualizada, e contribuindo para o desenvolvimento da competência leitora das crianças.
Nesta fase inicial da implementação ocorrem as ações de diagnóstico das redes, conduzidas de forma participativa junto às equipes das secretarias municipais de Educação. Esse processo envolve momentos de escuta com equipes técnicas das secretarias, gestores escolares, educadores e estudantes dos territórios, além do uso de instrumentos de observação direta e outras estratégias qualitativas. O objetivo é construir conjuntamente uma visão compartilhada sobre os desafios e potencialidades de cada município, de modo a orientar o desenho mais adequado da implementação no território.
Como parte desta estratégia, já foram realizados encontros com a Undime e com equipes técnicas das secretarias municipais de Educação. No começo de setembro, ocorreram rodas de conversa com gestores escolares, que, além de apresentar o projeto, promoveram reflexões formativas sobre os contextos de leitura nas escolas e sua relação com os resultados desejados. As equipes foram convidadas a projetar quais transformações esperam alcançar ao longo dos três anos de trabalho com o Labedu, estabelecendo perspectivas para orientar o desenho da implementação do projeto.
Para Nicole Paulet, diretora do Labedu, a chegada do projeto à região cria oportunidades para que educadores e estudantes possam ser envolvidos em uma metodologia com enorme potencial de alavancar a aprendizagem através da leitura. “Temos acompanhado, monitorado e pesquisado os efeitos transformadores do AET nas escolas e nas redes como um todo, e vemos o potencial que o projeto tem nesses seis municípios que começam os trabalhos com o Labedu. Estamos desenvolvendo, junto às equipes municipais, um diagnóstico participativo, que já se configura também como um processo formativo. Ao refletirmos coletivamente sobre os desafios atuais e sobre os resultados que se deseja alcançar, vamos delineando caminhos para que o projeto seja implementado de forma consistente nos próximos três anos”, afirma.
O projeto tem a duração de quatro anos, seguindo o modelo de implementação de programas de formação continuada estruturado pelo Labedu. Após o primeiro ano de articulação, diagnóstico e desenho, têm início os ciclos de formação que ocorrerão continuamente até 2028. A parceria engloba um processo gradativo de criação de condições para que as redes possam liderar as ações de formação com autonomia, contribuindo para a sustentabilidade da formação continuada em longo prazo, após o encerramento do projeto. O objetivo é que as redes incorporem os avanços trazidos pela parceria, e institucionalizem as práticas. A iniciativa conta com apoio e recursos da Fundação Maria Emília.