10 de outubro de 2018
Confira uma cena simples de interação entre criança e natureza, que revela aprendizagens importantes para o desenvolvimento emocional infantil!
O vídeo abaixo vem sendo compartilhado pelas redes sociais e cativou milhares de internautas com as imagens de um garoto sensibilizado na presença de um cachorro encontrado durante um passeio pelo parque:
Para além da “fofura” despertada pelas trocas que acontecem entre os dois, vale pensarmos sobre alguns aspectos importantes presentes nesta cena e que falam sobre aquisições valiosas a serem conquistadas ao longo do crescimento.
Logo no início do vídeo escutamos a voz de uma mulher, que provavelmente estava assumindo as funções de cuidado pelo pequeno, e percebe o interesse do menino pelo filhote, sugerindo, portanto, que ele tente uma aproximação: “Será que ele quer ser seu amigo? Pede para ele”. A criança chega mais perto e pergunta diretamente ao animal: “Ei, cachorro, você quer ser meu amigo?”. Ele dá a mão para o bicho cheirar, vai sentindo os movimentos de afastamento e retorno de maneira cuidadosa e repete algumas vezes a mesma frase. Após observá-lo por alguns segundos diz: “Que fofinho… Que gracinha… Tá saindo lágrima do meu olho de tão fofinho que tá isso!”.
Quando a mulher adulta pergunta ao garoto “Você está emocionado?”, ela lhe faz um convite para que fale sobre os seus sentimentos. Mesmo que pareça algo natural e descomplicado, essa nem sempre é uma tarefa fácil, especialmente para os pequenos, que estão começando a reconhecer e dar nome às suas emoções. Receber esse “empurrãozinho” de um adulto atento, que entenda o que está se passando numa situação como essa, faz com que a criança se dê conta daquilo que está vivenciando por meio do olhar do outro, permitindo que se expresse e ponha em palavras os seus afetos.
Ainda que tais noções possam ser absorvidas espontaneamente com as trocas e relações que estabelecemos no cotidiano, trabalhar essa comunicação de forma adequada nas escolas e dentro de casa é indispensável para o desenvolvimento da inteligência emocional infantil. Desde os primeiros dias de vida esse tipo de convocação vai sendo feita quando os pais ou outros cuidadores cuidador, por exemplo, dizem: “Calma, filho, eu estou vendo que você está com fome. Estou preparando a sua mamadeira e já vou te alimentar”. É como se coubesse aos adultos uma espécie de acolhimento e tradução do mundo interno da criança, que precisa, até certo ponto, desse “espelho” para que tome consciência de suas próprias experiências.
Saber que a raiva, a tristeza, a solidão, a inveja, o amor e a alegria são emoções que fazem parte dessa natureza humana faz com que a criança sinta que pode conviver com essa multiplicidade de sentimentos em si e à sua volta, os respeite e pense em jeitos de colocá-los para fora e superá-los em certos momentos. E os adultos, como vimos aqui, têm um papel primordial nessas aprendizagens!