Alimentar-se na escola: mais uma oportunidade de aprender | Labedu
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Alimentar-se na escola: mais uma oportunidade de aprender

3 de agosto de 2016

Algumas escolas têm recorrido à tecnologia para controlar a alimentação dos alunos. Será que essa é uma boa ideia?

A hora do lanche e a hora do almoço muitas vezes são tomadas pelas escolas como pausas na aprendizagem. É verdade que esse é um momento de relaxamento, que requer um tipo diferente de interação e de atenção quando comparado ao que ocorre em escolas com práticas mais tradicionais. Porém, a hora de comer é extremamente importante para que jovens e crianças descubram novos alimentos, entendam o que cada um deles gera no organismo e em que quantidades devem ser consumidos, saibam sobre o preparo da comida e as origens dos ingredientes, adquiram consciência sobre desperdício e impactos ambientais de certos modos de cultivo e produção, interroguem-se acerca da produção de lixo e assim por diante.

Algumas escolas têm procurado incentivar uma alimentação mais saudável a partir de diferentes práticas educativas e do oferecimento de alimentos orgânicos na merenda ou mesmo de um menu vegetariano. Ao mesmo tempo, métodos de controle tecnológico da alimentação também têm sido adotados por parte dessas instituições, conforme podemos ver aqui. Por exemplo, o envio diário de relatórios digitais para as famílias ou métodos de compra em cantina que permitem que os pais bloqueiem o acesso de seus filhos a alguns alimentos. Mas será que a aposta em técnicas de controle como essas favorece a aprendizagem das crianças?

É preciso considerar que proibições alimentares cujo sentido não é explicado à criança geralmente não dão a ela ferramentas para que desenvolva a capacidade de cuidar de si mesma. A gestão do que ela come ou não come fica totalmente a cargo dos adultos, sem nenhuma responsabilização da criança por sua própria alimentação e saúde.

A participação infantil acontecerá de modo diferente em cada fase, porém sempre poderá estar presente em algum grau. Conhecer os efeitos da comida no próprio organismo e entender a importância de cuidar de seu corpo são atitudes que aos poucos construirão autonomia e capacidade de autogestão da própria alimentação. Claro, isso é conquistado gradualmente, mas o objetivo é que cada vez menos o adulto precise interferir nas escolhas da criança por ela se tornar capaz de fazê-las adequadamente por si só.

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