9 de março de 2017
A especialista portuguesa Joana Laranjeiro defende a importância de escutarmos as crianças, darmos espaço para que explicitem o que sentem e pensam. Confira suas colocações e dicas neste post do Catraquinha!
Exercitar a escuta não é uma tarefa das mais fáceis, principalmente quando o tempo é pouco e as tarefas muitas. Requer consciência, paciência, respeito ao outro e interesse genuíno pelas dores do outro. Em resumo: requer empatia, este sentimento tão castigado pela rotina atribulada dos tempos de hoje.
Na criação dos filhos e na relação com as crianças, seja como professor, educador ou mediador de atividades, não seria diferente. Pelo contrário, a escuta das crianças é ingrediente imprescindível de qualquer relação que se queira estabelecer com as crianças. Para esclarecer a importância do assunto, a portuguesa Joana Laranjeiro, especialista em Parentalidade Consciente, publicou um artigo no site Up To Kids, chamado “A importância de saber ouvir nossos filhos sem interromper”.
Para simbolizar o que é a troca de experiências que a escuta representa, Joana faz uma analogia com o jogo ping-pong e batiza a escuta ativa das crianças como “Ping-pong parental”.
“Só treinando deixamos o hábito de falar em modo Ping-Pong, de jogar o tempo todo, para passar a ouvir verdadeiramente o que as crianças têm para nos dizer. Ser ouvido é fundamental para ganhar autoestima, e essencial para o Ping-Pong da vida”.
No texto, Joana defende os impactos que a atenção e a responsabilidade afetiva sobre a criança podem ter em sua percepção do mundo e de si mesmas: “ouvir é um processo bastante ativo e poderoso. Uma ferramenta essencial para qualquer relação e crucial na parentalidade”.
A especialista destaca algumas dicas de como exercitar a escuta no dia a dia:
– Manter o contato visual, para que a criança se sinta vista e reconhecida.
– Procurar estar neutro, sem julgamentos e com uma mente curiosa.
– Ser paciente e permitir os momentos de silêncio que lhe dão espaço para explorar os seus pensamentos e emoções.
– Ter uma postura corporal receptiva, como inclinar um pouco o corpo para a frente, para ouvir melhor, ou ir fazendo pequenos acenos com a cabeça, incentivando-a a continuar.
– É importante evitar interromper com as suas soluções. Quando faz isso, acaba passando uma mensagem como ‘O que eu tenho para dizer é mais importante’ ou ‘Não tenho tempo para te ouvir’.
– Tente relaxar e seguir o seu ritmo. Use a empatia e dê feedbacks constantemente para manter forte a conexão com a criança.
Que tal, a partir das informações e dicas da especialista, passarmos a ter uma escuta mais atenta e apurada ao que as crianças têm a nos dizer?