2 de julho de 2014
Desde cedo ensinamos crianças a respeitarem os adultos e as regras de convivência. De certa forma, na construção de uma hierarquia entre criança e adulto, culturalmente se considera que a criança não deve questionar o que um adulto lhe diz. Afinal, ela é dependente dele por toda a sua infância e é ele o responsável por ela.
Para todos, esse seria o movimento natural das coisas sem muitos questionamentos. Mas, ao olharmos algumas situações – às vezes tão corriqueiras e naturais – esquecemos de considerar as próprias crianças. Considerar seus sentimentos e considera-las em seus direitos, com escolhas e desejos.
Isabela Kanupp, uma mãe blogeira, partindo de vários questionamentos ao que parece posto e culturalmente aceito, nos oferece um espaço para olhar alguns comportamentos que temos com as crianças e refletir considerando o respeito necessário a elas.
Kanupp cita uma lista muito interessante publicada em inglês no Buzzfeed sobre as maneiras de ensinar consentimento às crianças (o post está traduzido aqui) e a amplia, fazendo um convite a nos colocarmos no lugar das crianças e percebermos alguns estranhamentos e desrespeitos que elas têm e sofrem com algo que tratamos como natural.
Partindo da descrição de 2 cenas muito comuns às crianças, mas totalmente absurdas se mudarmos os protagonistas para adultos, ela nos conduz à conclusão clara de que não respeitamos os pequenos.
Acompanhe as cenas descritas e tente pensar em que momentos as crianças passam por elas.
Cena 1:
“Vamos supor que você está no banco. Dai você encontra uma conhecida e sua conhecida conhece outra pessoa na fila do banco. E ela fica para você: Fulana, fala oi para o Sicrano fala! Da um beijo nele! Ele é meu amigo, da um abraço nele!”
Cena 2:
“Estamos em uma festa e chega alguém e nos beija! Não conhecemos a pessoa e mesmo se conhecêssemos isso é um absurdo, não há consentimento, certo?
Ao questionarmos a pessoa ela diz que fez isso porque somos fofas!”
Impressionante, não?!
Se faz isso com as crianças com enorme frequência.
Leia as reflexões no texto original. Muito bom!