27 de fevereiro de 2019
As reflexões surpreendentes que uma criança tão pequena pode trazer.
Ollie Augustus é um garoto de apenas 3 anos, mas com grande sensibilidade e articulação conseguiu exprimir o quão questionável é que as cidades possuam zoológicos: espaços artificiais em que os animais são sujeitos a visitações constantes e apartados de seu habitat natural. É claro que alguns desses locais são destinados à preservação e ao cuidado de espécies, mas muitas vezes essa não é a realidade.
É bastante interessante notar como o pequeno Ollie é capaz de usar a linguagem para argumentar e estruturar seu pensamento. Mas o que mais impressiona é seu olhar crítico para a situação e sua capacidade de colocar-se no lugar do outro, imaginando a forma como os animais se sentem nas jaulas.
Tradução livre:
Ollie: “Essas pessoas não são boas pessoas.”
Adulto: “Quem?”
Ollie: “As pessoas que são donas deles.”
Adulto: “Quem é dono do que, Ollie?”
Ollie: “Os animais. Mas eles são legais, mas eles só não sabem disso.”
Adulto: “Eles só não sabem.”
Ollie: “Eles veem os animais e então eles os prendem. Isso não está certo! Isso é como a cadeia!”
Adulto: “Isso é como a cadeia, é mesmo, Ollie!”
Ollie: “Eles não estão sendo mal comportados!”
Adulto: “Não, eles não estão sendo mal comportados, eles só estão sendo animais.”
Ollie: “Eles só querem sair daí!”
Adulto: “É o que parece, o que você está dizendo faz muito sentido.”
Quando ouvimos as crianças, muitas vezes nos surpreendemos com suas perspectivas reveladoras sobre certos acontecimentos. Frequentemente, os pequenos nos dão a oportunidade de questionar nossas práticas e atentar para nossos pontos cegos.