29 de maio de 2017
Em sua coluna no jornal Folha de São Paulo, Rosely Sayão traz algumas reflexões sobre o uso de recompensas materiais na relação com as crianças.
Rosely Sayão, psicóloga e consultora em educação, é colunista da Folha de São Paulo e aborda semanalmente diversos temas referentes às relações entre escola, família e crianças. Em fevereiro de 2017 ela publicou um texto intitulado “Será bom ensinar aos filhos que um comportamento pode ser comprado?” no qual traz à tona questionamentos sobre a forma de lidar com recompensas materiais nas interações com as crianças.
Ao tratar do tema do dinheiro, Rosely aponta que a mesada é um recurso que deve ser utilizado pela criança para suprir alguma necessidade diária, por exemplo, comprar o lanche na escola. Caso ela leve o alimento de casa, esse dinheiro não é necessário e, sem objetivo claro, só estimula o consumismo. Também é importante acompanhar os gastos junto com a criança, ensinando-a a administrar o dinheiro.
Além disso, a psicóloga questiona o uso de recompensas materiais em troca de boas condutas ou de contribuições nas tarefas domésticas. Isso poderia comunicar que um comportamento pode ser comprado e que se portar bem só vale a pena quando há um ganho material envolvido. Tais mensagens desestimulam a autonomia da criança para refletir eticamente sobre suas próprias ações. Conforme destaca Rosely:
“Será que é bom ensinar aos filhos que um comportamento pode ser comprado? Pois é isso que ensinamos a eles quando oferecemos presentes, guloseimas ou dinheiro, dados como condição para alguma atitude ou comportamento deles. Se for bem na escola, vai realizar a viagem dos sonhos ou ganhar o brinquedo que tanto queria; se for obediente, vai receber alguma recompensa; a cada dia em que arrumar a cama, vai ganhar algum valor em dinheiro, e assim por diante. Precisamos, isso sim, é ensinar que, em casa, todos devem colaborar com a família, de acordo com as possibilidades que cada um tem. Precisamos ensinar também que escolhemos qual atitude tomar ou como nos comportar, e que arcamos com as consequências de nossas escolhas. E tudo isso podemos ensinar sem recompensas materiais envolvidas, não é verdade?”
E você? Concorda com essas afirmações? Ou pensa diferente? Conte para nós nos comentários!