16 de fevereiro de 2017
Pesquisas de universidades norte-americanas mostram o olhar de meninas que, aos 6 anos, não acreditam que possam ser tão inteligentes quanto os meninos. Vale conferir e refletir sobre!
Um texto publicado pela Folha de S.Paulo e divulgado por nosso parceiro Catraquinha apresenta estudos realizados pelas Universidades de Nova York, Princeton e Illinois que constaram que já aos seis anos meninas acreditam que “só os meninos podem ser gênios”.
Os pesquisadores chegaram a esta conclusão depois de testes e experimentos com mais de 400 crianças com idades entre cinco e sete anos. Em um dos testes, foram apresentados jogos inventados. Um deles era indicado para crianças “muito, muito inteligentes” e outro para crianças “muito esforçadas”. A partir dos seis anos, as meninas externaram pouco interesse nos jogos para crianças “muito, muito inteligentes”.
Em outra situação, os pesquisadores contavam a história de uma pessoa “muito, muito inteligente”, sem indicar o gênero. Em seguida, pediam para a criança associar essa história a um de quatro adultos que lhes eram apresentados, duas mulheres e dois homens. As meninas, também a partir dos 6 anos, indicavam prioritariamente os homens.
Em entrevista ao jornal, Lilian Bian, uma das autoras da pesquisa disse que “É bem possível que, em longo prazo, isso afaste as meninas das carreiras supostamente ligadas a genialidade”.
Segundo os autores da investigação, o fator responsável por esse resultado é um fenômeno cultural relacionado ao meio que a criança vive. A física Márcia Barbosa, um dos principais nomes na discussão de gênero, também disse à Folha que tudo começa muito cedo: “Desde cedo passamos para as meninas a visão de que ela precisa ser bonitinha, princesinha.” Segundo ela, com o tempo, este papel cria uma barreira. “Há uma autoexclusão neste processo de se enxergar como menos do que você é”.
A pesquisa apresenta o olhar de meninas muito pequenas: aos 6 anos, já não se consideram com o mesmo potencial dos meninos, o que certamente poderá impactar a forma como enfrentarão determinadas situações e as escolhas que farão, profissionalmente e em outros âmbitos de sua vida. E o que podemos aprender a partir disso? Cabe mesmo essa diferenciação? O que estamos mostrando, dizendo e ensinando a essas meninas para que tão pequenas já tenham essa visão sobre suas possibilidades e competências?
Leia na integra, aqui, o texto publicado no jornal Folha de S.Paulo.