14 de janeiro de 2015
Ainda é difícil prever o futuro do livro, mas é interessante pensar o que as crianças podem aprender ao ter acesso a esses objetos.
A resposta à pergunta “por que livros para as crianças?” pode ter diferentes focos, desde aqueles ligados à aprendizagem formal até a imersão na leitura literária. Mas, aqui, nos interessa pensar no acesso aos livros como objeto… o acesso a sua materialidade.
Em tempos de tecnologia digital, livros digitais e jogos eletrônicos, a discussão sobre o livro impresso tem aparecido com frequência. Alguns preveem o fim dos livros em papel e outros travam uma campanha de resistência. Ainda é difícil avaliar o futuro do livro, mas é interessante pensar o que as crianças podem aprender ao ter acesso a esses objetos.
Katsumi Komagata, designer gráfico japonês e autor premiado internacionalmente pelos livros produzidos, nos oferece uma contribuição para essa reflexão.
Em seu texto, publicado pela Revista Emília, afirma: “a coisa mais importante que as crianças têm que aprender é que as coisas quebram se forem tratadas com brutalidade. O mesmo vale para seres humanos. (…) As crianças precisam aprender a tratar os papeis com delicadeza, do contrário eles se danificam facilmente. A sensibilidade humana deve ser aprendida na infância. Livros ilustrados, portanto, devem permitir às crianças experienciá-los como objetos, além de compartilhar com a mãe e o pai experiências que irão dar apoio ao seu processo de crescimento”.
Assim, o livro em papel pode, além de possibilitar a imersão literária, possibilitar às crianças o aprendizado da delicadeza, da beleza, da simplicidade e do cuidado com as coisas e com o outro.
Além disso, Komagata indica outro aspecto sobre o livro impresso: a importância do objeto, da sua materialidade. Nesse sentido diz: “A presença é algo muito importante e o livro se torna um objeto para ser compartilhado”.
As reflexões que ele faz se relacionam diretamente com a experiência vivida pelos japoneses com o terremoto seguido de tsunami, ocorrido em 2011.
Nas situações mais terríveis, o valor das coisas parecem apresentar o seu sentido mais profundo.
Quer saber mais sobre o que pensa Katsumi Komagata sobre os livros para crianças?
Acesse artigos publicados na Revista Emília, aqui.
Leia livros para as crianças, elas podem aprender muito mais do que imaginamos!