3 de junho de 2016
A artista australiana Patricia Piccicini cria esculturas hiperrealistas de criaturas fantasiosas e crianças, contando histórias de afeto no universo de suas obras.
As esculturas de Piccicini causam fascinação e incômodo. Suas criaturas podem ser vistas como grotescas, como animais monstruosos. Em proximidade com as crianças, uma primeira reação adulta é de perturbação com a cena. Um olhar mais longo, porém, revela as relações afetuosas entre as crianças e as criaturas.
foto: http://vidaaposvinte.com/
As crianças criadas pela artista não aprenderam a relacionar feiúra com maldade. Contos de fada e histórias infantis são povoadas por monstros feios que são os vilões, enquanto os heróis e heroínas são bonitos e bondosos. À medida que crescem, esses estereótipos continuam sendo reforçados, até que essas crianças se tornem adultos que sentem medo e rejeitam o diferente e desconhecido como algo mau e assustador.
Encarar cenas como essas, em que as crianças se relacionam com o estranho mostrando sentimento de carinho e conforto, não medo ou nojo, convida os adultos a uma reflexão sobre aquilo que se perde no caminho para o mundo adulto, as crenças e preconceitos que são construídos ao longo da vida.
O trabalho da artista está em cartaz no CCBB Rio de Janeiro até 27 de junho: