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“Teoria do Apego”: os primeiros laços da criança

Imagem retirada de Pixabay.
25 de janeiro de 2017

Conheça aqui mais elementos para compreendermos as relações que se estabelecem no início da vida a partir da “Teoria do Apego”, desenvolvida por John Bowlby.

 

Nos anos iniciais de vida, as relações do bebê com seus cuidadores principais é essencial para sua sobrevivência e para sua constituição psíquica e emocional. O psiquiatra John Bowlby (1907), baseando-se na etologia e na psicologia, estudou a fundo a interação entre o adulto e a criança nessa fase do desenvolvimento, dando origem à “Teoria do Apego”.

Para explorar a teoria de Bowlby é preciso compreender o que ele descreve como comportamento de apego. A partir de suas pesquisas, o estudioso chegou à conclusão de que os bebês buscam proximidade com seu cuidador principal e que, embora tolerem alguns períodos de afastamento, reagem negativamente à separação. Esse comportamento de apego é compreendido por Bowlby como uma característica adaptativa do ser humano que, ao estabelecer contato preferencial com um cuidador, teria mais chances de sobreviver.

Conforme afirmamos constantemente no Toda Criança Pode Aprender, cada relação entre cuidador e criança é absolutamente singular e precisa ser considerada frente a um contexto específico. Entretanto, Bowlby apontou alguns aspectos frequentes das interações entre adulto de referência e bebê que podem auxiliar na compreensão de certos comportamentos infantis. Dessa forma, podemos, enquanto cuidadores, adequar nossas intervenções, atendendo mais sensivelmente às necessidades das crianças.

Apego seguro: No apego seguro, a relação entre o cuidador principal e o bebê é marcada pela sensação de estabilidade. Isso se dá porque o cuidador é capaz de, na maior parte das vezes, identificar as necessidades da criança e responder a elas de modo consistente e afetivo. Dessa forma, o bebê sente-se livre para explorar, pois confia no adulto como referência segura. Ele apresenta preferência pelo cuidador principal e o procura quando algo o assusta.

Apego ambivalente: Nesse tipo de interação, é comum que o cuidador principal seja muito preocupado e ansioso, transmitindo essa tensão para a criança. Isso funciona para ela como um alerta de que o ambiente não é seguro, gerando receio. Por isso, é frequente que os pequenos que vivenciam esse tipo de relação sejam mais assustados e temam a ausência do cuidador principal. Nos momentos de separação podem chorar muito e agir de forma mais dependente do que a maioria das crianças.

Apego evitante: Quando a relação do bebê com seu cuidador principal sofre muitos abalos e interrupções, a instabilidade gera tamanha insegurança na criança que ela precisa desligar-se, em certa medida, para sobreviver ao desamparo. Assim, podem se formar barreiras psíquicas e emocionais numa tentativa de proteção e o carinho e a proximidade passam a ser percebidos como riscos, ao mesmo tempo em que há enorme necessidade de acolhimento e cuidado. A criança passa a buscar cada vez menos contato físico com o cuidador principal e não apresenta preferência tão clara por ele. Podem ser crianças mais inibidas, choronas, bravas ou assustadas, pois não sentem tanta segurança para explorar o ambiente.

É importante ressaltar que essa interação entre adulto e criança é algo dinâmico. Equívocos, desencontros e falhas de comunicação fazem parte e não necessariamente deixarão marcas negativas importantes. O que de fato faz diferença é a característica geral da relação.

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