17 de março de 2017
Cada criança tem uma forma muito particular de se relacionar com o mundo ao seu redor. Quando falamos de um diagnóstico como o de autismo, é preciso olhar com cuidado e tentar outros recursos, que não os habituais, para inseri-la no grupo e abrir canais de comunicação. Vamos conhecer algumas ferramentas que podem ser muito efetivas no processo de aprendizagem?
Diversos estudos e experiências têm demonstrado que, de modo geral, meninos e meninas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) entendem melhor por meio da linguagem visual e são capturados mais facilmente por ela. Um ambiente estruturado com imagens, quadros, fotos, pode ambientá-los e organizá-los em relação à rotina e atividades a serem feitas ao longo da semana. Saber o que se pode esperar daquele dia, como participar da roda, o momento de se dirigir ao local do lanche, que é necessário escovar os dentes após as refeições, parecem ser coisas extremamente simples e sem importância, mas que costumam fazer toda a diferença na forma como essa criança irá se sistematizar para dar conta de realizar essas tarefas. Algo que deixe claro o que vem antes e o que acontecerá depois pode fornecer dados que auxiliem nesse processo. Além disso, espalhar pelas paredes em forma de ilustrações as atitudes que são (ou não) adequadas dentro da sala, no banheiro, em relação aos colegas, para que a criança “bata o olho” e entenda do que se trata, acabam norteando algumas ações nesse sentido.
Imagem retirada de Do 2 Learn
Calendários também são sempre bem vindos, para que todos consigam se situar em relação ao tempo, conferindo certa previsibilidade ao futuro, seja ele próximo ou distante. Isso organiza e prepara emocionalmente os alunos para certos eventos.
Imagem retirada do acervo pessoal da Mirella Cuter
Outra ideia para se ter em mente é rotular os objetos, lhes dando nomes, pois isso acaba pareando palavra e imagem, ajudando a criança a entender que existe uma correspondência e relação entre elas. Na alfabetização inicial essa proposta parece ser muito eficiente e contribui para a inserção na linguagem escrita, que vem a trazer não somente um ganho cultural, como aos poucos lhe dará liberdade e autonomia para entender e ler o universo à sua volta.
Incluir o lúdico e atividades sensoriais aos projetos normalmente envolve e desperta interesse especial no menino ou menina que tem autismo. Eles podem encontrar uma forma de se implicar no que está sendo compartilhado na exploração e na curiosidade por essas vivências. Trabalhar com argila, massa de modelar, tinta, bolhas de sabão, experimentos científicos, vídeos, teatros, etc. são apenas alguns exemplos do que pode ser feito em conjunto com o grupo.
É sabido que a reação às frustrações e a tolerância para permanecer numa atividade ou numa brincadeira podem ser muito adversas para as crianças diagnosticadas com TEA. Entender esses limites é fundamental, e respeitá-los mais ainda! Para que elas sejam incluídas na rotina escolar é necessário que os educadores estejam sempre apostando em sua capacidade de estar junto ao grupo e fazer parte dele de maneira ativa, chamando os demais alunos para pensarem em conjunto formas de chamá-las para perto. Conceder algumas exceções, como permitir que tragam um brinquedo ou um livro para a roda de conversa desde que combinado com a sala e não atrapalhe ou a disperse, pode ser um jeito de fazer com que esta criança divida o espaço com sua turma e participe dela, a seu modo.
E você? Conhece outras práticas interessantes para se trabalhar com a inclusão e o autismo nas escolas? Compartilhe com a gente!