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“Uma lição nebulosa”: educar não é controlar

Imagem retirada de Catraquinha.
Em parceria com Catraquinhaicone-link-externo

O Catraquinha é fruto de uma parceria entre o Instituto Alana e o Catraca Livre. O site reúne informações interessantes para pais, educadores e familiares – de agenda cultural a projetos transformadores para a infância – com o intuito de empoderá-los para que interfiram positivamente no desenvolvimento das crianças, deixando-as exercer em sua plena potência a criatividade e a autonomia.

18 de maio de 2017

Curta de animação nos ensina sobre a libertação que a educação deve representar e sobre a importância de olhar detidamente para os potenciais do outro. Confira a dica de nosso parceiro Catraquinha!

 

“A infância é um outro: aquilo que, sempre além de qualquer tentativa de captura, inquieta a segurança de nossos saberes, questiona o poder de nossas práticas e abre um vazio em que se abisma o edifício bem construído de nossas instituições de acolhimento. Pensar a infância como um outro é, justamente, pensar essa inquietação, esse questionamento e esse vazio.”

O trecho acima faz parte do texto “O Enigma da Infância”, do educador e filósofo espanhol Jorge Larrosa. Para ele, “educar” é um verbo complexo e deve ser praticado no sentido não de impor experiências, mas sim de compartilhar e mostrar presença. Para o autor, que é referência mundial nos estudos sobre a infância, é mais importante entender que a infância é um “outro”, que escapa de nossas tentativas de captura ou compreensão, do que julgar que podemos, enquanto adultos, impor nossos saberes como verdades absolutas.

O curta de animação “A Cloudy Lesson” (“Uma Lição Nebulosa”, em livre tradução), produzido pelo Ringling College of Art + Design, é um retrato desse pensamento. De forma muito singela, o filme traz justamente essa mensagem e fala de como, enquanto pais, professores e educadores, muitas vezes somos sucumbidos pelo desejo de controlar a criança. Como já disse o escritor Mario Sergio Cortella, “somos pais, e não donos dos filhos“.

Na história, que se passa num cenário de sonho e fantasia, um avô fazedor de nuvens tenta ensinar o ofício ao neto. Depois de tentativas frustradas de ensinar o que sabe, os dois aprendem que, às vezes, grandes aprendizados vêm de acidentes felizes.

Com uma linguagem rica em simbologias e metáforas sutis sobre a transmissão de conhecimento, o curta explora a relação entre adulto e criança do ponto de vista da experiência, em que importa mais compartilhar interrogações do que impor verdades únicas. Podendo ser apresentado na sala de aula ou em casa com os pequenos, o filme se transforma em uma verdadeira lição sobre a educação, as relações humanas e a própria concepção social e histórica do conhecimento.

O curta também permite refletir sobre uma das perspectivas pelas quais a diversidade pode ser encarada: pessoas com distintas competências e saberes são fundamentais e podem atuar colaborativamente na construção de algo novo.
Assista “A Cloudy Lesson” a seguir:

 

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