Será que a criança burguesa do século XIX era muito diferente da criança atual? Como era seu lar? O que e como aprendia?
A família burguesa de meados do século XIX, diferentemente das famílias aristocráticas e camponesas do Antigo Regime, vivia num contexto urbano, regido pela produtividade. Nesta nova forma de organização social, os lares eram locais protetores, santuários nos quais era possível isolar-se da competitividade e das exigências do mundo da produção.
Foi neste momento histórico que as crianças passaram a ganhar uma maior importância social. Vistas como futuras forças produtivas, era preciso prepará-las desde cedo para assumirem posteriormente esse papel. Assim, eram treinadas a respeitar regras e amar seus superiores.
Sendo o lar um local privado, o que acontecia lá dentro ficava apenas entre os habitantes da casa: pequenas famílias formadas por pai, mãe e filhos. Desta forma, assim como nunca antes na história ocidental, as decisões em relação à educação das crianças ficavam quase que exclusivamente nas mãos dos pais, em especial antes da época de iniciarem a escola. Os adultos da casa eram a única referência para os filhos e tinham autoridade ilimitada sobre eles.
O pai estava constantemente ausente do lar, trabalhando para o seu sustento, mas era tido como autoridade máxima da família. A mãe era responsável pelo cuidado com os filhos, amamentando, dando atenção e garantindo sua higiene. Tudo o que acontecesse de ruim às crianças era atribuído a ela. Desta forma, embora as relações entre mãe e filho fossem consideradas como naturalmente amorosas, havia uma grande tensão derivada das enormes expectativas que recaíam sobre a ela. Segundo o próprio modelo familiar, tendo o homem na figura paterna como maior autoridade, os meninos eram mais valorizados dos que as meninas.
Era esperado que a criança, desde muito cedo (e mais cedo do que suas capacidades permitiam), aprendesse a controlar seu corpo, mantendo-o limpo e impedindo manifestações de agressividade ou de sexualidade. A expectativa em relação aos pequenos era de obediência aos adultos. Qualquer expressão inadequada era vista como ingratidão e maldade, fazendo com que a criança se sentisse extremamente culpada e temesse a perda do amor dos pais, ou seja, daqueles que eram praticamente seus únicos vínculos.
Depois de saber mais sobre a criança burguesa você vê semelhanças entre ela e a criança atual? E diferenças? Conte para nós! E fique de olho nos posts das próximas segundas-feiras para saber mais sobre a história da infância! Esperamos por você!