27 de junho de 2016
Escolas de São Paulo adotam ideias e projetos para ensinar as crianças a lidar com suas distintas emoções e colhem resultados cada vez mais favoráveis.
Como já destacado aqui, à escola cabe muito mais do que ensinar os conteúdos das diversas áreas de conhecimento. Nessa linha, uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo apresenta o trabalho feito por escolas da cidade de São Paulo, estaduais e particulares, visando o ensino de habilidades socioemocionais.
São diversas as estratégias planejadas e adotadas pelas instituições que investem na capacitação de seus professores – já que não se trata de uma intervenção meramente intuitiva – para realizar um trabalho sistemático no cotidiano da sala de aula, impactando na formação das crianças.
E não se trata de criar uma nova disciplina ou delegar uma aula específica para esse trabalho. Ao contrário, é mesmo nas aulas rotineiras que as crianças seguem realizando essas aprendizagens. Os professores vêm propondo com maior frequência trabalhos em grupos, nos quais as crianças precisam arcar com tomadas de decisões, consensos e divisão de tarefas. Elas são convidadas a comentar suas impressões e sentimentos em relação às disciplinas e aos temas que estudam. Em rodas, explicitam o que sentem frente a determinadas situações que vivenciam, sejam na escola, sejam do cotidiano familiar ou mesmo envolvendo fatos ocorridos na cidade e no mundo. Discutem, por meio de histórias as emoções que experimentam, por exemplo, em situações de preconceitos.
De acordo com os educadores, quanto mais as crianças compreendem o que sentem, mais se conhecem e se tornam mais tolerantes e respeitosas com o outro também. Aprendem que sentir raiva, se entristecer, se sentir solitário é algo que faz parte da natureza humana: todos podem sentir essas diversas emoções. É, porém, fundamental que aprendam igualmente a conviver com essa multiplicidade de sentimentos e a superá-los em alguns momentos.
Aprender a lidar com as próprias emoções é essencial à formação e ao desenvolvimento infantil e permite que as crianças ampliem suas possibilidades de cooperar, de sentir empatia, de respeitar, de enfrentar desafios e conflitos, ter senso crítico e serem curiosas frente ao mundo também. E a escola, como vimos aqui, pode ter um papel primordial nessas aprendizagens.