17 de novembro de 2014
Das 534 pessoas que já viajaram ao espaço, apenas 57 são mulheres*. Alyssa Carson é uma inspiração para mudar esse cenário: com apenas 13 anos, seu sonho é ser a primeira astronauta a pisar em Marte.
“Já pensei em ser outras coisas, mas astronauta sempre foi a primeira.” Alyssa Carson, de 13 anos, treina desde muito pequena com o objetivo de ser a primeira pessoa a pisar em Marte. Poliglota e apaixonada por matemática e ciências, a menina já participou diversas vezes dos acampamentos espaciais (Space Camps) da NASA, onde há acesso a simuladores de voos e de caminhadas na lua. A agência espacial americana já reconhece que, por conta de seu treinamento, dedicação e de sua idade, Alyssa tem grandes chances de alcançar seu objetivo em uma missão espacial em 2033.
O mundo da ciência e da tecnologia é dominado por homens por causa de uma série de obstáculos sociais como estereótipos e preconceito de gênero. Estudos feitos pela Engineering UK mostram que entre as idades de 11 e 13 anos a maioria das meninas perde interesse em estudar ciências e engenharia. Seja porque os chamados “brinquedos de meninas” não são tão estimulantes para o estudo de engenharia quanto os típicos “carrinhos de menino” ou porque as meninas veem poucos modelos de mulheres trabalhando nestas áreas, quando atingem os 14 anos, 92% das meninas rejeitam a possibilidade de se tornar engenheiras.
Como podemos, então, estimular meninas a se tornarem cientistas, engenheiras e astronautas? O exemplo de Alyssa é um bom começo. Nós acreditamos que toda criança pode aprender, e que nossas barreiras sociais muitas vezes cerceiam suas capacidades. Assim como temos vários homens que trabalham como chefs de cozinha e estilistas – domínios estereotipadamente femininos -, queremos viver em um mundo cheio de mulheres trabalhando com as chamadas “ciências duras” (hard sciences).
Para fazer essa mudança, devemos incentivar as crianças a seguirem em frente com seus interesses, através de leituras, brinquedos, brincadeiras – além de, é claro, ouvir o que elas tem a dizer por si mesmas. Isso não é papel só dos pais, mas também da escola! As salas de aula e laboratórios devem ser estimulantes, os professores devem trazer exemplos de mulheres cientistas, e a escola pode proporcionar contato de todos os alunos com aulas como mecânica, robótica, ou astronomia. Assim, a escola garante que meninos e meninas possam se apaixonar pelas áreas de física, química e engenharia e se tornar cientistas do futuro, independente de seus gêneros!
*Dados de junho de 2013.