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O impacto do racismo na infância

17 de dezembro de 2013

[:pt]É maravilhoso pensar que as crianças podem aprender desde sempre. No entanto, normalmente esse pensamento vem associado ao aprendizado de coisas boas e encantadoras: a cantar, a desenhar, a dançar, a ler, a escrever… Mas é bom levar em consideração que aprende-se também o que pode não ser tão bom assim…

O texto-denúncia-desabafo publicado no Blogueiras Negras mostra exatamente isso! A intolerância e o racismo também se aprende na convivência com adultos, com pessoas em que as crianças confiam e acreditam – mesmo inconscientemente – justamente as pessoas com quem podem e precisam compartilhar os valores.

No texto, Maria Rita Casagrande relata o constrangedor e recorrente encontro no elevador com uma vizinha que insiste em perguntar “Em qual você está hoje? Quanto você cobra o dia?”.

Para ampliar a reflexão  sobre o tema,  a autora ilustra com um depoimento sobre brincadeiras racistas da época em que era criança. A descrição inicial pode até constranger quem lê, de tão vil. Mas, vamos aproveitar para pensar:

O que aprende uma criança que convive com uma pessoa, que insiste em constranger a vizinha negra tratando-a, de maneira racista e, reiteradamente como uma diarista a serviço em seu prédio?

O que a criança que convive com Maria Rita pode aprender ao conviver com situações como essas?

As crianças aprendem e compreendem boa parte do que está por trás. Mas, embora sejam capazes de captar muitos elementos que estão implícitos nos gestos, ainda não possuem o repertório necessário para ter uma visão crítica.

De um lado a primeira criança poderá aprender que no mundo há pessoas que merecem estar em alguns lugares e outras não. Pode ser criada na ilusão de que há pessoas que devido à sua cor, são melhores ou piores que outras. Aprende que a diferença não é um valor e aprende a categorizar pessoas a partir de características externas.

Já a segunda criança pode também aprender, a negar sua cultura, a desvalorizar suas origens, seus costumes… sua identidade. Isso é cruel e tem sérias influências no desenvolvimento infantil.

E se nessa cena entrasse uma terceira criança? O que aprenderia? Certamente teria também a influência do adulto que estivesse com ela e aprenderia com sua postura e seus valores, seu posicionamento ou sua omissão… Que responsabilidade!

Vale a pena refletir…

 

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É maravilhoso pensar que as crianças podem aprender desde sempre. No entanto, normalmente esse pensamento vem associado ao aprendizado de coisas boas e encantadoras: a cantar, a desenhar, a dançar, a ler, a escrever… mas é bom levar em consideração que aprende-se também o que pode não ser tão bom assim…

O texto-denúncia-desabafo publicado no Blogueiras Negras mostra exatamente isso! A intolerância e o racismo também se aprende na convivência com adultos, com pessoas em que as crianças confiam e acreditam – mesmo inconscientemente – justamente as pessoas com quem podem e precisam compartilhar os valores.

No texto, Maria Rita Casagrande relata o constrangedor e recorrente encontro no elevador com uma vizinha que insiste em perguntar “Em qual você está hoje? Quanto você cobra o dia?”.

Para ampliar a reflexão  sobre o tema,  a autora ilustra com um depoimento sobre brincadeiras racistas da época em que era criança. A descrição inicial pode até constranger quem lê, de tão vil. Mas, vamos aproveitar para pensar:

O que aprende uma criança que convive com uma pessoa, que insiste em constranger a vizinha negra tratando-a, de maneira racista e, reiteradamente como uma diarista a serviço em seu prédio?

O que a criança que convive com Maria Rita pode aprender ao conviver com situações como essas?

As crianças aprendem e compreendem boa parte do que está por trás. Mas, embora sejam capazes de captar muitos elementos que estão implícitos nos gestos, ainda não possuem o repertório necessário para ter uma visão crítica.

De um lado a primeira criança poderá aprender que no mundo há pessoas que merecem estar em alguns lugares e outras não. Pode ser criada na ilusão de que há pessoas que devido à sua cor, são melhores ou piores que outras. Aprende que a diferença não é um valor e aprende a categorizar pessoas a partir de características externas.

Já a segunda criança pode também aprender, a negar sua cultura, a desvalorizar suas origens, seus costumes… sua identidade. Isso é cruel e tem sérias influências no desenvolvimento infantil.

E se nessa cena entrasse uma terceira criança? O que aprenderia? Certamente teria também a influência do adulto que estivesse com ela e aprenderia com sua postura e seus valores, seu posicionamento ou sua omissão… Que responsabilidade!

Vale a pena refletir…

 

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