6 de março de 2015
Uma caminhada de duas quadras. Parece tão pouco, não? Mas, será que é assim mesmo? Como uma criança pequena vê esse breve passeio? O que e como pode aprender nesse percurso?
Andar por duas quadras para chegar à casa da avó. Esse é o trajeto diário que o pequeno Valentim percorre. Esse caminho, que aos olhos adultos pode parecer tão curto e até monótono – afinal, o que se vê é sempre muito parecido – ganha outra perspectiva na visão desse garoto. E ele mesmo nos mostra tudo o que explora, vivencia e aprende.
O trajeto trilhado por Valentim ultrapassa, e muito, as duas quadras. Ele interage com pessoas diferentes, que lhe ensinam sobre a gentileza, por exemplo, e que retribuem seu olhar, seu “chamado”, que o instigam a se relacionar com o outro. São seus amigos da rua, com certeza, que o veem mais crescido a cada dia.
O garoto também explora o próprio caminho: o chão que se diferencia a cada passo; as pedrinhas que nem sempre se encaixam; os cuidados necessários, como ao atravessar as ruas; as árvores; as possíveis poças d’água que venha a encontrar.
Numa época de tantas inovações e interações tecnológicas, em que impera o espaço virtual, inclusive no cotidiano de muitas crianças, a relação delas com o espaço físico e métrico oferecido por um passeio pelas ruas oportuniza infinitas aprendizagens.
Valentim ensina a sua mãe todo o valor desse passeio e nos ensina também “sobre os caminhos, e que o tempo é senhor de delicadezas, desafios e novidades constantes e intermináveis”! E se é assim, que tal andarmos e aprendermos mais pelas ruas com as crianças?