5 motivos para conhecer o poeta Manoel de Barros
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5 motivos para conhecer o poeta Manoel de Barros

Foto: Marcelo Buainain (Divulgação/Itaú Cultural)
Em parceria com Portal Lunetasicone-link-externo

O Lunetas é um portal de conteúdo sobre as muitas infâncias do Brasil. Pensado para famílias e interessados no tema, o site oferece informações em diversos formatos, conta histórias, provoca reflexões, inspira atitudes e também explora os múltiplos olhares sobre as múltiplas infâncias.

10 de junho de 2019

Também conhecido como “poeta das infâncias”, Manoel de Barros traz um olhar especial para as coisas simples da vida.

A poesia é uma “voz de fazer nascimentos”. É assim que o poeta sul-matogrossense Manoel de Barros definia a escrita literária poética. Para ele, a cada vez que uma poesia é criada, é como se fosse criado junto com ela um novo jeito de enxergar o mundo. Manoel falava da infância como um território de liberdade, e defendia o “criançamento” das palavras, ou seja, revolucionar a linguagem da forma como ela nos é apresentada, e fazer dela cenário de brincadeira.

Leia mais:  “Crianceiras”: poemas de Manuel de Barros para crianças

Não por acaso, o escritor ficou conhecido como “o poeta das infâncias”, sobretudo por sua trilogia “Memórias inventadas” (2005, 2006 e 2007), livros em que ele apresenta a infância em três períodos que nunca terminam, tempos que na verdade são apenas um. Para o poeta, “a escrita de uma memória teria que ser sempre a escrita de uma infância – imaginária, sim, porém, enraizada na experiência vivida”, diz a descrição da obra publicada pela Companhia das Letras.

“As três idades do homem seriam três infâncias”, diz o texto.

1. A infância como um modo de estar no mundo

O escritor não tinha o foco de sua obra voltado para o público infantil. Alguns livros, como “Cantigas para um passarinho à toa” (2003) e “Exercícios de ser criança” (2000) ganharam edições (e reedições recentes) com uma estética e materialidade especificamente pensadas para contemplar o leitor em formação.

Porém, é justamente aí que reside o maior ponto de encontro da sua escrita com as crianças. Isso porque a sua poesia guarda uma infância genuína, essa que vive em todos nós, do zero aos cem anos. A infância é o ponto de partida comum de toda a sua obra, é nela que ele se inspira e dela que ele extrai o substrato de suas palavras inventadas.

“A infância em Manoel de Barros é um modo de ver o mundo, é a infância do olhar”, destaca uma das curadoras da exposição Ocupação Manoel de Barros, Bruna Ferreira da Silva.

Daí o valor social de entrar em contato com essa obra, tão cheia das minúcias de um olhar inaugural sobre o mundo. A importância de ressignificar aquilo que nos rodeia e explorar o mundo com a curiosidade de quem as vê pela primeira vez é característico da infância, e da poesia do autor. Manoel de Barros dizia, por exemplo, que somente as crianças e a poesia conseguem fazer um verbo “delirar”, por sua habilidade inata de transformar o sentido das coisas. Para isso, ele criou até mesmo um verbo próprio: “transver”.

“No descomeço era o verbo
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função do verbo, ele delira
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos –
O verbo tem que pegar delírio”

Os demais quatro motivos destacados foram:

2. Paternidade e família em Manoel de Barros

3. O brincar genuíno

4. Um reencontro com a criatividade

5. Reestabelecer uma relação íntima com a natureza

 

Esse texto foi adaptado — os detalhes podem ser conferidos na matéria original completa.

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