16 de abril de 2014
Olhar para as crianças e ver potencial e não só carências e dificuldades parece ser fácil quando olhamos para as crianças que estão próximas e aquelas com as quais, de alguma forma, temos algum vínculo afetivo.
Olhar para crianças de comunidades carentes e ter esse mesmo olhar para o potencial de cada uma é uma atitude que precisa ser cada vez mais exercitada por todos, como forma de ampliação da democracia e de garantia de oportunidades menos desiguais.
Por trás desse olhar tem a noção de que todas as crianças têm as mesmas condições e capacidades para a aprendizagem e para assumir protagonismos desde que tenham oportunidades.
Com isso em mente, alguns profissionais e instituições têm realizados belas iniciativas que mostram de forma transparente tudo o que crianças e jovens podem fazer se encontrarem as portas abertas para que possam entrar nesse mundo às vezes tão alheio às suas possibilidades.
O primeiro projeto – “Olhar bom de bola” – foi realizado na comunidade da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, onde um fotografo francês, Christophe Simon, trabalhava para Agence France Press acompanhando a ação de pacificação e percebeu o interesse das crianças e jovens por sua máquina fotográfica.
Promoveu então, oficinas de fotografia para as crianças e jovens. O resultado: o olhar das crianças para algo tão presente em suas infâncias – a bola, o futebol. Nas fotos realizadas é possível perceber a sensibilidade, a delicadeza, a realidade e principalmente, o ângulo pelo qual olham a vida e ajudam outros a verem também.
O outro projeto, chamado “Jovens Leitores”, realizado em duas cidades do Maranhão por Alda Beraldo e Sandra Medrano no contexto do Programa Escola que Vale, realizado pela Comunidade Educativa CEDAC em parceria com a Fundação Vale, incentivava jovens a serem mediadores de leitura para crianças menores nas escolas de sua comunidade. Jovens que não tinham muitas oportunidades culturais em suas cidades tiveram condições de conhecer um amplo universo de livros infantis e se aperfeiçoar no papel de leitores e incentivadores de novos pequenos leitores. Resultado: jovens envolvidos com sua comunidade, com as crianças menores, assumindo um papel de agentes culturais e, acima de tudo, se sentindo valorizados em suas ações e conhecimentos.
Todas as crianças e jovens podem realizar coisas incríveis. Os adultos precisam apostar neles e abrir espaços!
Tem uma experiência para compartilhar? Conte aqui para todos nós.