Você entende a diferença entre elogio e encorajamento?
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Você entende a diferença entre elogio e encorajamento?

Imagem retirada de Unsplash
18 de março de 2019

O elogio é uma demonstração de amor, mas será que compreendemos o que está envolvido nisso?

“Que orgulho! Gostei de ver”. Em diálogos com os filhos, é comum ouvirmos pais fazerem elogios como maneira de motivar as crianças a terem determinado comportamento desejado por eles. Os elogios também podem ser usados como recurso para alcançar expectativas sobre a criança. Ou seja, carregam, mesmo que inconscientemente, a noção de que essa prática proporciona aumento da autoestima dos pequenos.

No entanto, psicólogos e educadores parentais afirmam que a autoestima não é algo que possa ser dado ou transferido para as crianças, mas sim desenvolvido por elas por meio do senso de capacidade e autoconfiança, ao se verem diante de problemas que precisam ser resolvidos e de oportunidades de aprenderem com os próprios erros. Nesse contexto, será que os elogios realmente contribuem para essa construção da criança?

O valor dos elogios

Quando elogiamos nossos filhos com certa frequência, é possível que eles passem a desejar cada vez mais se sentirem aceitos e importantes. Ao perceberem que obtêm isso por agradar um adulto e deixá-lo feliz, podem, assim, entrar em um ciclo de dependência da aprovação do outro, estabelecendo a relação de que se sentir “aprovado” é também se sentir amado.

É importante ressaltar que o elogio é uma demonstração de amor. Como tal, tem sua importância e deve ser valorizado. No entanto, quando fazemos uso apenas dessa estratégia ou a utilizamos com muita frequência, a criança pode entender que só será reconhecida se receber essa aprovação.

Que tal também encorajar as crianças?

Então, o que podemos fazer? É possível usar expressões motivadoras focadas na criança e não no adulto – prática conhecida como encorajamento. Por exemplo, “veja o progresso que você fez!” ou “você deve estar muito orgulhosa do seu esforço”.

Para reforçar a autoestima da criança, precisamos falar sobre o assunto e perguntar sobre seus sentimentos. Assim, ela pode ter a oportunidade de pensar e sentir sem depender da opinião externa, construindo autoconfiança. Atuando dessa forma, o adulto deixa de fazer uma avaliação (boa ou ruim) e ressalta o esforço e a capacidade da criança.

A criança não fica dependente da aceitação dos pais para se sentir amada quando, em vez de elogiar a personalidade, temos o hábito de encorajar atitudes e esforços. Ou seja, ela passa a compreender que o amor de seus cuidadores não está condicionado à sua aprovação. Assim, se sente confortável para lançar mão de diversos recursos internos para lidar com possíveis problemas e frustrações sem se apegar a rótulos (como “inteligente” ou “obediente”, por exemplo).

Consegue perceber a diferença?

O elogio está ligado ao agente: expressa um julgamento favorável, uma aprovação sobre a criança após a realização de uma tarefa ou sobre seu comportamento. A partir disso, a criança compreende que agradou a alguém e acaba sentindo-se bem por isso, criando certa dependência da opinião de outros.

Com o encorajamento, estimulamos e incentivamos a criança em uma ação realizada por ela, tornando visível que há diferentes escolhas que podem ser feitas e que ela tem total condição de fazê-las. Isso promove, a longo prazo, o desenvolvimento de autonomia, de autoconfiança e de senso de autovalor.

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