21 de setembro de 2017
Ao longo deste documentário, as histórias de cinco famílias, de suas interações com os livros e com a leitura são contadas e permeadas pela opinião de autores e pesquisadores. Confira neste post de nosso parceiro Catraquinha!
O que é um livro? Para que ele serve? Para as crianças, responder a essas perguntas é tarefa simples. “Lendo, você fica pensando tipo muitas coisas, sem parar. Sua imaginação não para, muitas coisas ficam saindo da sua cabeça”, diz a pequena Luisa, de sete anos, no documentário “Para Gostar de Ler“, disponível no YouTube. É um material rico em argumentos sobre o valor dos livros para o desenvolvimento da criança, que pode ser um reforço positivo nas escolas e também na família sobre a importância de, na educação infantil, considerar a formação leitora desde a primeira infância uma prioridade.
Produzido pelo Itaú, no guarda-chuva de suas ações de incentivo à leitura do projeto “Leia para uma criança”, lançado em 2015, o filme tem direção de Eduardo Rajabally e retrata a relação de cinco famílias com o incentivo à leitura em casa, compartilhando o impacto das histórias na formação das crianças.
São cotidianos de diferentes classes sociais e oportunidades de acesso. Dentre elas, está Teliciane, do Rio Grande Sul, que parou de estudar aos dez anos e aos 13 descobriu a leitura quando começou a ler para o filho da dona da casa em que trabalhava.
O filme conta com depoimentos de algumas das maiores referências quando o assunto é o livro para a infância, como a escritora e ilustradora Eva Furnari: “O ‘era uma vez’ funciona como uma palavra-chave que serve para entrar em um universo diferente do cotidiano”, defende. A autora explica também como as histórias de ficção atuam no sentido de construir os arquétipos e as referências das crianças, como por exemplo a própria imagem da mãe ou do pai.
“Os contos de fadas organizam a psique. Os livros podem apontar caminhos, oferecer soluções, resolver conflitos e de certa maneira ajudam a criança a elaborar um conteúdo, por isso é comum uma criança querer ler um livro trinta vezes. Aquilo organiza ela por dentro”, explica.
Outra autoridade no assunto que contribui para a reflexão proposta pelo documentário é o autor Ilan Brenman. “Quando falamos ‘vou contar uma história’, as pessoas se juntam e ganham vínculos afetivos, isso fortalece o grupo”, diz.
João Figueiró, neurocientista e psicoterapeuta do Instituto Zero a Seis, defende a leitura como mola propulsora das memórias de infância.
“Dentro de nós, habita uma criança. A criança que foi construída nos primeiros anos de vida. Nós costumamos dizer que a primeira infância é a que fica, e ela fica para a vida toda”.
Já a educadora e neuropsicóloga Adriana Fóz explica a relação das histórias ouvidas na infância com o desenvolvimento da memória auditiva dos pequenos.
“Hoje, com os estudos da neurociência, sabemos que os estímulos à leitura começam até antes de o bebê nascer. A região temporal auditiva começa a ser estimulada antes do nascimento e continua a ser estimulada até os dezoito anos. Podemos entender a leitura como ler imagens, ler situações, e também ler palavras, textos e contextos.”
Assista ao documentário na íntegra: