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Como aproveitar as eleições para conversar sobre política com as crianças?

Imagem retirada de Tribunal Superior Eleitoral
14 de setembro de 2018

Descubra aqui algumas dicas!

Você sabia que a participação dos pequenos na vida política é um direito garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)? Além dessa ser uma forma de trazer familiaridade com acordos sociais e desenvolver o pensamento crítico, as crianças descobrem muito sobre a sociedade na qual estão inseridas, aprendem a se posicionar respeitando a diversidade e a conviver coletivamente. Isso não significa necessariamente que as crianças devam estar engajadas em discussões ou eventos partidários, mas sim refletindo e se envolvendo com situações do dia-a-dia que envolvem o pensamento político e cidadão (assim como exemplificamos aqui).

Em matéria de Mariana Alvim para a BBC News, especialistas dão dicas de como explorar a política com as crianças, aproveitando o momento das eleições e mediando as interações com as notícias com as quais se deparam. Vamos ver algumas delas abaixo:

1. Acolha o interesse da criança, mas não a obrigue a falar sobre o tema
Os momentos de conversa e de reflexão sobre política devem ser aproveitados a partir de colocações e curiosidades dos pequenos, tendo relação com seu dia-a-dia. Fará pouco sentido para a criança que os adultos tragam questões muito complexas e fiquem explicando por muito tempo. Esse conhecimento deve ser construído em conjunto e de forma gradativa.

2. A sua participação política também influencia a vida das crianças que convivem com você
Participar de manifestações, assistir ao noticiário, ler o jornal… Tudo isso é observado pelas crianças para as quais você é uma referência e desperta a curiosidade. Aproveite alguns desses momentos do cotidiano para incluir os pequenos, convidando-os a estar junto, mas zelando por sua segurança e respeitando sua disponibilidade. De acordo com Fabíola Sperandio, diretora pedagógica de uma escola de Goiás, entrevistada pela BBC:

“Somos responsáveis pelas crianças, não só por sua segurança física mas também emocional, de formação humana. No momento em que se opta por inserir a criança em protestos, por exemplo, você tem que prepará-la para isso e lidar com os momentos posteriores. É preciso uma disposição para o diálogo, para a escuta, perguntar o que ela entendeu do que viu, esclarecer dúvidas…”

Conforme a especialista ressalta, é fundamental que o diálogo esteja presente em todos os momentos, de forma que os pequenos possam elaborar as suas vivências. Utilizar referências concretas e comparações com situações conhecidas também pode ajudar muito, por exemplo: fazer uma analogia entre o papel do síndico frente aos moradores de um prédio e do presidente frente aos cidadãos um país (dica oferecida pela neuropsicóloga Deborah Moss na matéria da BCC).

3. Respeite e ensine a respeitar a diversidade
Tudo bem apresentar a sua visão política e ideológica à criança. Todos temos um ponto de vista. Entretanto, é importante que ela saiba que existem outros jeitos de pensar e que eles também merecem ser respeitados e conhecidos. Principalmente quando se trata de política é importante lembrar: não há verdade absoluta.

4. Seja um exemplo
As crianças observam tudo ao redor delas e aprendem não só com as palavras, mas também com as ações dos adultos. É fundamental perceber se as posturas e posicionamentos que adotamos no dia-a-dia combinam com o que estamos tentando transmitir aos pequenos. O melhor jeito de ensinar é dar o exemplo!

Gostou das dicas e quer saber mais sobre como conversar sobre política com as crianças? Visite a matéria completa da BBC e também os nossos textos 6 perguntas para conversar sobre política com crianças pequenas, Quem disse que política não é coisa de criança? e Infância e Política: que lugar temos atribuído à infância em nossa convivência social e afetiva?

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