O quanto o medo das crianças é o medo dos pais? | Labedu
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O quanto o medo das crianças é o medo dos pais?

28 de novembro de 2013

[:pt]Em uma matéria da revista norte-americana Parents, pediatras, psicólogos e professores discutem sobre os medos reais que assustam as crianças… porém, uma grande peculiaridade desses medos é que muitos deles são influenciados pelos pais que passam para os filhos, consciente ou inconscientemente, seus próprios medos. 

Aqui já tratamos sobre esse tema, quando falamos sobre o “medo que as crianças tenham medo”, analisando uma matéria escrita por Rosely Sayão.

Ampliando essa reflexão, trazemos a contribuição de especialistas que elencaram 5 medos principais.

O primeiro deles é o bullying. Hoje em dia, muitas pessoas se sentem intimidadas pela possibilidade de ocorrer bullying com crianças. Assim, mães e pais buscam prevenir os filhos de possíveis situações em que isso pode ocorrer, fazendo com que seu filho tenha medo antes mesmo de talvez ter tal experiência.

É importante observar o que está acontecendo na vida da criança, na escola, no parque, em lugares nos quais ele está lidando sozinho com outras pessoas; porém, é importante deixa-lo agir por conta própria em um primeiro momento, mostrando para ele como se comportar em uma ação como essa, mas não controlando os seus sentimentos. Robert Sege, diretor da divisão de família e defesa do centro da criança do centro médico de Boston, afirma: “Enquanto os professores reforçam a ideia de que todos são amigos, as crianças percebem instintivamente que isso não é verdade. E aquelas que são maltratadas pelas demais comentam com os pais ou simplesmente não falam nada, apenas choram e fazem birra”.

O abuso doméstico também se encontra nessa lista. Muitos pais não percebem o quanto a criança pode ouvir e compreender o que está acontecendo… mesmo aquelas que não vêem atos de violência doméstica também acabam sofrendo emocionalmente. A criança passa a sentir medo dos próprios pais, por não entender exatamente a situação ou por sentir a tensão dentro de casa. Algumas não sabem como se expressar, o que acaba transferindo esse medo para fazer xixi na cama ou ter problemas na escola, por exemplo.

O divórcio dos pais também pode assustar muito. Afinal, é uma ação que foge da normalidade, já que todas as crianças parecem ter pais e mães que vivem juntos. O anormal causa estranhamento e medo. Pensar sobre o futuro pode trazer conflito emocional para a criança, que muitas vezes não está preparada para esse tipo de situação. Nesses momentos, é importantíssimo conversar com os filhos pequenos, para que eles possam entender melhor o que irá acontecer e que o futuro esteja mais claro para eles. Também é importante manter o clima menos tenso, afinal, as crianças observam as emoções dos pais e aprendem com elas… se determinada situação deixar os pais tensos, a criança irá igualmente se sentir tensa; porém, para ela, o dano poderá ser muito maior por não saber como lidar sozinha com um cenário como aquele.

Assim como os adultos, os desastres naturais também afligem as crianças. A ideia de algo que possui uma força bruta e que vem da natureza pode ser assustadora, afinal, muitas vezes as tragédias naturais são mesmo incontroláveis. Nesses momentos, manter a calma ajuda a trazer tranquilidade para o filho. Enquanto é pequena, a criança é quase uma extensão dos nossos sentimentos. Se sentimos medo, ela provavelmente irá sentir medo também.

E, por último, a violência. Hoje em dia, o que mais se ouve no jornal e na TV é o constante aumento da violência. O seu filho pode ouvir ou ler essas informações e não entender o que elas significam ou o que querem dizer, gerando um medo irracional na criança… infelizmente, a nossa paranoia pode passar para eles de modo inconsciente.

O estudo realizado por esses especialistas nos ensina muito sobre as crianças de hoje, mas ensina muito mais sobre nós mesmos, os adultos. Ao examinar as crianças e os seus medos, podemos observar que, na maioria das vezes, são reflexos dos nossos próprios medos ocultados. Na criança, que está começando a perceber o mundo, esses medos são mais visíveis. É importante avisar crianças sobre o perigo, como o problema da violência e dos desastres naturais, porém é também importante que elas compreendam completamente e entendam os modos de lidar com cada situação. Ao ajuda-las a compreender, podemos amenizar seus medos e elas podem se sentir mais leves para encarar adversidades.

 

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Em uma matéria da revista norte-americana Parents, pediatras, psicólogos e professores discutem sobre os medos reais que assustam as crianças… porém, uma grande peculiaridade desses medos é que muitos deles são influenciados pelos pais que passam para os filhos, consciente ou inconscientemente, seus próprios medos. 

Aqui já tratamos sobre esse tema, quando falamos sobre o “medo que as crianças tenham medo”, analisando uma matéria escrita por Rosely Sayão.

Ampliando essa reflexão, trazemos a contribuição de especialistas que elencaram 5 medos principais.

O primeiro deles é o bullying. Hoje em dia, muitas pessoas se sentem intimidadas pela possibilidade de ocorrer bullying com crianças. Assim, mães e pais buscam prevenir os filhos de possíveis situações em que isso pode ocorrer, fazendo com que seu filho tenha medo antes mesmo de talvez ter tal experiência.

É importante observar o que está acontecendo na vida da criança, na escola, no parque, em lugares nos quais ele está lidando sozinho com outras pessoas; porém, é importante deixa-lo agir por conta própria em um primeiro momento, mostrando para ele como se comportar em uma ação como essa, mas não controlando os seus sentimentos. Robert Sege, diretor da divisão de família e defesa do centro da criança do centro médico de Boston, afirma: “Enquanto os professores reforçam a ideia de que todos são amigos, as crianças percebem instintivamente que isso não é verdade. E aquelas que são maltratadas pelas demais comentam com os pais ou simplesmente não falam nada, apenas choram e fazem birra”.

O abuso doméstico também se encontra nessa lista. Muitos pais não percebem o quanto a criança pode ouvir e compreender o que está acontecendo… mesmo aquelas que não vêem atos de violência doméstica também acabam sofrendo emocionalmente. A criança passa a sentir medo dos próprios pais, por não entender exatamente a situação ou por sentir a tensão dentro de casa. Algumas não sabem como se expressar, o que acaba transferindo esse medo para fazer xixi na cama ou ter problemas na escola, por exemplo.

O divórcio dos pais também pode assustar muito. Afinal, é uma ação que foge da normalidade, já que todas as crianças parecem ter pais e mães que vivem juntos. O anormal causa estranhamento e medo. Pensar sobre o futuro pode trazer conflito emocional para a criança, que muitas vezes não está preparada para esse tipo de situação. Nesses momentos, é importantíssimo conversar com os filhos pequenos, para que eles possam entender melhor o que irá acontecer e que o futuro esteja mais claro para eles. Também é importante manter o clima menos tenso, afinal, as crianças observam as emoções dos pais e aprendem com elas… se determinada situação deixar os pais tensos, a criança irá igualmente se sentir tensa; porém, para ela, o dano poderá ser muito maior por não saber como lidar sozinha com um cenário como aquele.

Assim como os adultos, os desastres naturais também afligem as crianças. A ideia de algo que possui uma força bruta e que vem da natureza pode ser assustadora, afinal, muitas vezes as tragédias naturais são mesmo incontroláveis. Nesses momentos, manter a calma ajuda a trazer tranquilidade para o filho. Enquanto é pequena, a criança é quase uma extensão dos nossos sentimentos. Se sentimos medo, ela provavelmente irá sentir medo também.

E, por último, a violência. Hoje em dia, o que mais se ouve no jornal e na TV é o constante aumento da violência. O seu filho pode ouvir ou ler essas informações e não entender o que elas significam ou o que querem dizer, gerando um medo irracional na criança… infelizmente, a nossa paranoia pode passar para eles de modo inconsciente.

O estudo realizado por esses especialistas nos ensina muito sobre as crianças de hoje, mas ensina muito mais sobre nós mesmos, os adultos. Ao examinar as crianças e os seus medos, podemos observar que, na maioria das vezes, são reflexos dos nossos próprios medos ocultados. Na criança, que está começando a perceber o mundo, esses medos são mais visíveis. É importante avisar crianças sobre o perigo, como o problema da violência e dos desastres naturais, porém é também importante que elas compreendam completamente e entendam os modos de lidar com cada situação. Ao ajuda-las a compreender, podemos amenizar seus medos e elas podem se sentir mais leves para encarar adversidades.

 

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