3 de setembro de 2018
E o que é importante aprender?
O espaço escolar é lugar de apresentação do mundo e de referências. Mas tem também potencial de permitir a produção de conhecimento e a expressão pessoal, promovendo transformações individuais e sociais. Assim, o que é ensinado na escola não deveria estar restrito à aprendizagem formal, convencionada na forma de matérias e disciplinas e com visões relacionadas apenas ao desempenho acadêmico. Há que se oferecer uma educação para a vida, que instrumentalize para a autonomia e permita refletir sobre as relações humanas nas suas mais variadas dimensões, como a afetiva, a econômica, a social, a política etc.
Mas será que temos ofertado as ferramentas necessárias para que crianças e jovens possam tomar conta de si próprios e, ao mesmo tempo, envolver-se verdadeiramente com o seu entorno? Damos, de fato, a devida atenção aos múltiplos aspectos essenciais à formação de sujeitos críticos, engajados e autônomos?
Em reportagem para a TV Bandeirantes, a jornalista Claudia Wallin apresentou aos brasileiros algumas das aprendizagens consideradas essenciais pelas escolas da Suécia. Entre elas estão: lavar, cozinhar, costurar, conhecer os direitos do consumidor e saber sobre economia doméstica.
Conforme indica a matéria, essas competências são trabalhadas desde os 11 anos até o momento em que, aos 17, os jovens deixam o ensino médio como pessoas independentes. Além do desenvolvimento da autonomia, essas experiências vividas na escola são um passo na direção de uma sociedade mais sustentável e igualitária para homens e mulheres. Estereótipos de gênero são desmistificados. Passa a ser natural que todos se vejam responsáveis pelas tarefas domésticas e pela administração do lar, possuindo os meios para realizá-las.
E no Brasil? Será que levamos a sério a importância desse tipo de aprendizagem? Qual tem sido o papel da escola nesse sentido? O que podemos fazer do ponto de vista educacional para transformar a sociedade em que vivemos?