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O que temos a aprender com as escolas japonesas?

Imagem retirada de Pixabay
16 de julho de 2018

Descubra aqui como escolas japonesas organizam algumas das tarefas e cuidados relativos ao espaço comum.

Já falamos em outros de nossos textos (como aqui e aqui) sobre a forma como as crianças japonesas aprendem a ser autônomas a partir de contextos e hábitos culturais que permitem desenvolver a independência desde cedo. Será que algumas dessas práticas fazem sentido também em nosso cotidiano? O que podemos aprender com esse modo de educar as crianças?

No vídeo, a seguir, são mostradas algumas cenas do dia a dia numa escola japonesa. Os alunos participam da preparação e distribuição das refeições, bem como da higienização e da organização do espaço. E o que podem aprender com isso?

 

Tradução livre:
Almoços nas escolas japonesas deixam o resto do mundo encabulado.
No Japão, os alunos comem refeições frescas, feitas do zero. Além disso, eles servem o almoço uns para os outros e limpam tudo depois, o que os ensina sobre cooperação e boas maneiras.
Aluno: “Obrigada por nos servir!”
As refeições são deliciosas e custam apenas $2,50 cada. No Japão, a hora do almoço é considerada parte da educação, não uma pausa. Os alunos estudam cada menu, com foco em valores nutricionais e herança cultural.
Professor: “Os alunos da sexta série cultivaram as batatas na fazenda da nossa escola”.
Assim, não surpreende que eles tenham uma das mais baixas taxas de obesidade infantil no mundo. Compartilhe esse vídeo se você acha que outros países deveriam seguir o exemplo do Japão”.

Conforme tratamos aqui, a participação da criança na cozinha favorece muito as interações com sabores, cheiros e cores, aproximando-as também de alimentos diferentes que podem passar a integrar sua dieta. A elaboração de receitas permite explorar medidas e quantidades, conhecer novas palavras e aprender a seguir procedimentos passo a passo. Contribui ainda para descobrir pratos típicos da própria cultura, bem como informações nutricionais ou relativas ao processo de produção e cultivo dos alimentos.

Fazer tudo isso em grupo gera uma atmosfera de cooperação em que todos compartilham os resultados de seus esforços. Além disso, esse tipo de empenho coletivo inserido na rotina escolar possibilita que as refeições sejam feitas no momento em que serão consumidas e não com muita antecedência (como seria necessário caso fossem preparadas por menos pessoas). Isso permite que os alimentos servidos sejam frescos, o que em geral é muito mais saudável para o organismo e bem mais saboroso.

Quanto à higienização e à organização do ambiente, a relação com o espaço coletivo passa a ser muito mais significativa: como aquele local possuiu um investimento individual e do grupo para se tornar agradável e cuidado, faz muito mais sentido mantê-lo assim. Além do mais, isso pode promover um sentimento de pertencimento mais intenso, pois o ambiente conterá marcas da participação de cada um.

Tudo isso só é possível porque o momento da alimentação e o compromisso com a manutenção do espaço são observados pelas escolas japonesas como situações valiosas de aprendizagem. Isso nem sempre é considerado nas práticas educacionais em nossa cultura ocidental. Será que podemos encontrar a maneira brasileira de integrar as crianças nas tarefas que fazem parte dos cuidados com o grupo e com o ambiente escolar?

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