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Olhar a criança sob a perspectiva da infância

Imagem retirada de Catraquinha
Em parceria com Catraquinhaicone-link-externo

O Catraquinha é fruto de uma parceria entre o Instituto Alana e o Catraca Livre. O site reúne informações interessantes para pais, educadores e familiares – de agenda cultural a projetos transformadores para a infância – com o intuito de empoderá-los para que interfiram positivamente no desenvolvimento das crianças, deixando-as exercer em sua plena potência a criatividade e a autonomia.

9 de novembro de 2017

Em entrevista concedida ao nosso parceiro Catraquinha, Adriana Friedmann traz colocações fundamentais para pensarmos sobre a infância e sobre a atuação dos adultos na relação com as crianças.

Adriana Friedmann, pesquisadora, escritora, envolvida nas temáticas da infância e realizadora do Mapa da Infância Brasileira, fala sobre o tempo das crianças, sobre a escuta que devemos ter em relação a elas e sobre a importância de tentarmos olhar o mundo pela perspectiva infantil. Selecionamos, aqui, algumas das importantes colocações desta especialista. Confira!

“A ideia da escuta não é escutar apenas com os ouvidos, mas também você poder entender o que a criança está expressando e colocando no mundo através das suas atividades de criança, o brincar, as artes, o movimento, o corpo, a música, a escrita, a palavra. O tempo inteiro a criança está descobrindo o mundo e se expressando, se colocando.”

“A criança é protagonista o tempo inteiro. O tempo todo ela está se mostrando, se expressando. Não precisamos jogá-la para isso, porque ela já é.”

“Há uma ilusão de que poderemos controlar um filho o tempo todo. Há uma pressão tamanha na vida da criança que inconscientemente ela percebe. E não há espaço para respirar, e isso é ruim para seu desenvolvimento. Ela tem que ter autonomia, seu espaço de controle.”

“Há uma pressão, um direcionamento o tempo todo, e se acha ainda, apesar de tantos estudos, que o tempo livre de brincar, da criança fazer o que bem tem vontade, é perda de tempo. Na verdade, é um grande ganho para o desenvolvimento da criança, para a sua descoberta e compreensão do mundo.”

“Brincar junto também é um elo de comunicação com a criança. É interessante brincar junto em alguns momentos, mas não ficar querendo ensinar à criança como se faz.”

“As crianças brincam de faz de conta: imitam ou ressignificam a vida real. Você pode propiciar o tempo, o espaço e objetos. Quando você deixa a criança, ela constrói uma narrativa na brincadeira. A gente, por conta do tempo, acaba interrompendo essas narrativas da brincadeira. Eu sempre falo para os professores que, de uma forma inconsciente, a gente acaba podando, violentando processos que a gente não acompanha. A brincadeira acabou por que o relógio diz, mas o tempo das crianças é outro.”

“Em vez de encaixotá-la [a criança], e medicá-la, já colocar uma tarja dizendo que ‘ela é assim ou assado’, crie situações em que ela possa colocar energia para fora. Não é preciso ser psicólogo para isso. É claro que muitas vezes as crianças precisam ser encaminhadas para um especialista, mas esse não é o primeiro recurso”.

“Estamos vendo os bebês sentados nos carrinhos sempre com uma tela na frente, e com pouco contato com a natureza. E isso é uma coisa nossa, de adultos, de sociedade. A criança fica hipnotizada pela tela, mas o corpo não se mexe, e cria uma grande ansiedade quando o adulto chega e diz que acabou.”

Muitos elementos para apurar nossa reflexão, certo? E se quiser saber mais sobre as opiniões de Adriana Friedmann, acesse a entrevista na íntegra, aqui.

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