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Ser bebê é como estar apaixonado em Paris pela primeira vez

29 de novembro de 2013

Bebês são projetados para aprender. Quando somos adultos e realizamos algo pela primeira vez e com muita intensidade, experimentamos novamente a forma de aprender as coisas como fazíamos quando bebês. Como se dá esse processo de aprendizagem? O que se passa na mente de um bebê?

Os resultados de algumas das centenas de pesquisas realizadas ao longo de 20 anos pela psicóloga Alison Gopnik tentam responder essas perguntas. Eles foram apresentados no TED – Ideas for spreading e podem ser acompanhados no vídeo abaixo.

Para mostrar as características do desenvolvimento das crianças e suas formas de pensamento, Gopnik lança mão de muitos dados interessantíssimos.

O primeiro deles mostra que as crianças aprendem muito em um curto espaço de tempo. Para isso, apresenta uma investigação feita com crianças de 15 e 18 meses, às quais eram oferecidos dois tipos de alimentos: brócolis e salgadinhos. As crianças, como sabemos, gostam de salgadinhos. Porém, após a pesquisadora informar que preferia brócolis e pedir que as crianças lhe dessem um pouco de um dos alimentos, as de 18 meses ofereciam o que ela preferia: brócolis. No entanto, as crianças de 15 meses ofereciam os salgadinhos, que são de sua preferência pessoal.

O que mostra essa diferença?

Mostra que alguma coisa muda nos 3 meses que separaram esses dois grupos de bebês…

A conclusão a que chega na investigação é que nesse curto espaço de tempo os bebês são capazes de aprender que as pessoas não gostam necessariamente da mesma coisa que eles próprios e já compreendem a perspectiva do outro.

Avançando em suas análises, ela trata do por que um bebê aprende tanto em tão curto espaço de tempo. E traz uma reflexão muito importante: os bebês humanos precisam tanto de cuidados quando pequenos para que possam se dedicar à aprender.

Esse período tão longo de dedicação à aprendizagem nos difere de outras espécies animais e reflete no que podemos realizar quando adultos.

Para entender a relação entre duração da infância e o potencial de aprendizagem, a pesquisadora nos mostra outros dados que indicam que há uma estreita relação entre a duração da infância, o período de aprendizagem e o tamanho dos cérebros. Para isso compara o tamanho do cérebro de um corvo com o de uma galinha e explica que os filhotes de corvos passam 2 anos recebendo cuidados de seus pais, enquanto os pintinhos nascem praticamente independentes. Essa diferença fica ainda mais explícita quando observamos que corvos podem aprender muito mais que galinhas.

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