9 de abril de 2019
Alunas da rede pública de Campo Bom (RS) são premiadas pelo desenvolvimento do projeto em sala de aula.
A notícia de uma jovem que tentou tirar a própria vida na região metropolitana de Porto Alegre (RS) após ter participado de um fórum online que incentivava esse tipo de conduta (como o tão polêmico jogo da Baleia Azul) vem mobilizando muitos adultos que convivem diretamente com crianças e adolescentes.
A professora Silvia Duarte, que dá aulas no laboratório de informática da Escola Municipal de Ensino Fundamental 25 de Julho propôs aos seus alunos que criassem, a partir desse contexto, um aplicativo para ajudar no combate ao bullying, condição agravante em muitos dos casos que impulsionam o suicídio.
O aplicativo Tigre Branco nasceu, então, da produção de um grupo de meninas: Manoela Kieling, Laura Schuster e Julia Dapper, que se candidataram para a tarefa de desenvolver o projeto durante o contraturno, sob supervisão da professora. O programa inclui 50 etapas pelas quais os usuários devem passar, envolvendo ações como alimentar animais na rua, doar um livro para uma biblioteca, agradecer e dar bom dia às pessoas com as quais convivem, dentre outras, sempre apresentando desafios que promovem, especialmente, reflexões sobre a relação que estabelecemos com o outro no meio social.
As estudantes se encontraram semanalmente para trabalhar na criação do aplicativo e levaram cinco meses para finalizá-lo. Hoje o Tigre Branco já contabiliza mais de 1000 downloads e foi reconhecido pelo prêmio Criativos da Escola 2018 como um dos projetos inovadores do ano criado por jovens ao redor do país. Segundo Silvia Duarte, em 2019 a missão será recrutar ainda mais voluntários para participar do projeto e investir em um canal do YouTube para aumentar o alcance dessa iniciativa.
E a professora acrescenta: “As mídias digitais são fundamentais para o Tigre Branco. Primeiro porque a nossa aposta para valorizar a vida foi, justamente, a partir do desenvolvimento de um aplicativo para jovens. Segundo porque quase todos os alunos possuem um smartphone em casa. A gente tem de trazer a tecnologia para perto da gente como uma aliada, pois sabendo usar, ela pode fazer maravilhas por todos nós”.