12 de outubro de 2016
Diariamente, recebemos notícias sobre situações de preconceito, das mais distintas naturezas, e muitas delas culminando com violência. E como será que essas situações são vistas por uma criança?
Ziana Oliphant é uma menina de 9 anos, moradora da cidade de Charlotte, na Carolina do Norte. No dia 26 de setembro, Ziana tomou a palavra no Conselho Municipal da cidade onde vive, e onde nasceu, para dizer como se sentia frente ao preconceito e ao recente assassinato pela polícia de Keith Lamont Scott, um homem negro, que aguardava um de seus filhos dentro de um carro.
“Vim para falar como me sinto…”. É assim que ela começa seu rápido discurso, poucas palavras para nos deixar com muito a pensar e a fazer. Que tal ouvir o que Ziana tem a dizer?
https://www.facebook.com/quebrandootabu/videos/1219533844769667/
Podemos pensar que muito do que ela diz é fruto do que ouve do discurso de adultos com os quais convive. Porém, não podemos deixar de considerar que Ziana vive situações de preconceito, sente que é tratada de forma diferente e estranha o fato de que ela, e tantos outros negros, precisem “protestar” para terem seus direitos respeitados, para serem respeitados. Ela também vive em um ambiente de medo e de violência.
Ziana lida com o preconceito por conta de sua cor, assim como um número imenso de crianças pelo mundo, que são atingidas também pelas mais distintas formas de preconceito (por serem meninas, pela religião, por portarem uma deficiência, pela configuração familiar da qual fazem parte, por terem uma determinada doença etc.). O que será que elas aprendem com isso? Como será que crescem sentindo na pele que o diferente é ruim? E como crescem lidando com o medo de viver em um ambiente de violência causada pelo preconceito?
Com seus 9 anos de vida, Ziana nos apresenta um bocado de elementos para fomentar nossa reflexão, inclusive sobre como educar as crianças e jovens para que valorizem as diferenças, valorizem as distintas culturas, respeitem diferentes ideias, escolhas e opiniões, para que aprendam que a pluralidade, oriunda das diferenças, é o que realmente traz vantagens e benefícios, a todos.