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Infância e Memória: O passado nunca termina?

Imagem retirada de Glamurama.
24 de agosto de 2017
Este artigo faz parte da série:

O tempo da infância e a infância de nossos tempos

Comentamos aqui o segundo programa da série “Café Filosófico – O Tempo da Infância e a Infância de Nossos Tempos”, em que a psicanalista Julieta Jerusalinsky e o cronista e cientista social Antônio Prata discutem “Infância e Memória”.

Dando seguimento à uma série de programas do Café Filosófico, com curadoria da psicanalista Julieta Jerusalinsky acerca do Tempo da Infância e a Infância de Nossos Tempos, o Instituto CPFL recebeu o escritor e cientista social Antônio Prata para falar sobre “Infância e Memória”.

Ao longo da conversa, Antônio e Julieta comentam sobre algumas das crônicas publicadas pelo autor, abrindo um diálogo sobre memórias de infância, do infantil que nos habita e da construção da própria história. Muitas vezes encontramos dificuldade de reconhecer que todos temos um lado criança que povoa nossas vivências. Isso pode aparecer em sensações de desamparo, em gestos dependência ou também em expressões criativas e espontâneas de nosso ser.

Porém, esse lado infantil de nossas almas não retoma a existência da criança que fomos. Não temos acesso às nossas vivências e sensações de infância e, conforme recorda Julieta ao destacar a teoria de Freud, a maioria de nossas memórias de criança são inacessíveis. A questão que se coloca é como revisitamos as marcas de nossa história, atribuindo a elas um sentido.

A criança pequena ainda precisa de muita ajuda do adulto para realizar esse processo de historicização. Isso se dá à medida que os mais velhos retomam narrativas familiares e sobre a vida da própria criança, que podem ser aos poucos elaboradas por ela e compreendidas temporal e psiquicamente. À medida que se organizam narrativamente, essas marcas, sensações e rastros que formam a nossa história são, conforme o que disse uma criança a Julieta, “um passado que nunca termina” e que nos reengendra no presente em direção ao futuro.

Para quem quer se aprofundar nesse tema poético e delicado, recomendamos assistir por completo essa gostosa e bem humorada conversa entre Antônio e Julieta. Deixamos também algumas perguntas, propondo uma reflexão: O que você se lembra das suas histórias de infância? Qual a criança que habita em você? Que história você está construindo?

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