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TDAH: quais os impactos desse diagnóstico na vida das crianças?

Imagem retirada de Pixabay.
29 de agosto de 2017

Assista a um vídeo que traz algumas reflexões a respeito desse tema na contemporaneidade.

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), segundo a medicina ocidental, é uma disfunção neurobiológica que se caracteriza por uma série de sintomas, tais como: desatenção, inquietude, impulsividade, que vem a acompanhar e afetar diretamente a vida das pessoas. Esse quadro diagnóstico geralmente é feito na infância e pode acompanhar as crianças e adolescentes até a sua vida adulta.

Atualmente, esse problema vem aparecendo com bastante frequência, especialmente nas escolas, onde os pequenos encontram-se cada vez mais desatentos e dispersos. Mas por que isso está acontecendo? E como essa situação se relaciona com a sociedade moderna?

Em um mundo que exibe uma quantidade infindável de estímulos por minuto em forma de propaganda, fotos, jogos, vídeos e companhia, fica difícil se colocar à margem desse cenário, que acaba devorando as vítimas mais vulneráveis e afetando seus comportamentos diante disso tudo. As crianças que são submetidas a ambientes onde esses aparelhos eletrônicos tomam conta das suas interações são mais suscetíveis à distração e têm mais dificuldade em consolidar aprendizagens de percepção e de linguagem.

Quando um diagnóstico como o de TDAH é feito, muitas vezes o que acontece é um enquadramento de sujeitos em “rótulos” que dizem coisas sobre eles e acabam reduzindo suas personalidades e suas vidas a esse problema específico. Os riscos dessa demarcação é que se cria uma rigidez e uma distorção em relação às qualidades e capacidades particulares dessas crianças. Por não se ajustarem aos padrões esperados, muitas delas desenvolvem uma ideia negativa em relação a si mesmas, tendo suas autoestimas afetadas, dificuldades nas relações sociais etc. Isso compromete, e muito, o desenvolvimento, que é composto não só pelas funções cognitivas, mas também por meio da adaptação e da interação com o ambiente cultural que a cerca.

O vídeo abaixo mostra entrevistas com duas crianças, uma identificada com transtorno e a outra não. A situação apresentada revela a influência desse diagnóstico:

Vale, portanto, refletir: até que ponto estamos cuidando dessas crianças se olhamos para elas apenas com o foco em suas patologias? O quanto esse diagnóstico ajuda em seu tratamento? Será que seus sintomas de fato compõem uma alteração neuronal ou refletem um modo de funcionamento da nossa sociedade que, para além do seu ritmo, tem ainda uma dificuldade em aceitar as diferentes formas de se comportar dentro dela?

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