10 de março de 2014
Por que algumas crianças parecem não saber brincar sozinhas? Ou pior, parecem não querer brincar? Uma investigação com crianças pequenas indica que o excesso de atividades monitoradas pode ser uma das causas…
Como é a rotina dos seus filhos? Eles acordam cedo de manhã para irem a escola, almoçam e depois saem novamente para fazer atividades extracurriculares? Quantas atividades seu filho faz? A rotina dele está sempre cheia? Será que isso é bom para ele? Esses são questionamentos que todos os pais devem se fazer.
Uma pesquisa recente feita na pós-graduação do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP) indica que o excesso de controle dos adultos na vida de uma criança pode acarretar na falta de autonomia.
Para a investigadora Clarice Krohling Kunsch, o tédio infantil e a falta de iniciativa própria está associado à relação que as crianças estabelecem com os pais e adultos de sua convivência.
Inicialmente a pesquisa buscava entender a relação entre o tédio e consumo, analisando como se dava a rotina extraescolar das crianças. Mas, a surpresa foi verificar que “era possível ter muita coisa e se relacionar com isso de forma saudável”. O problema estava em outro lugar: na forma como os pais encaravam os filhos como um projeto (como já tratamos aqui “Infância não é carreira e filho não é troféu”).
As crianças que apresentavam tédio tinham em comum alguns aspectos: prática de atividades extracurriculares, presença contínua de um adulto enquanto não estão na escola e utilização de equipamentos eletrônicos.
Essas crianças, apesar de se envolverem em atividades extracurriculares, não demonstravam interesse algum. Enquanto que em crianças que não possuíam sinais de tédio, a atividade partia de um interesse próprio e não era algo somente para preencher tempo e agradar aos pais.
Para saber mais, não deixe de ler a entrevista com a pesquisadora na Revista Educação.