21 de março de 2019
O índice nas maiores cidades do Brasil não chega nem à metade do recomendado.
O contato com a natureza na sua infância, na cidade inglesa de Sevenoaks, foi determinante para que o arquiteto Robin C. Moore desenvolvesse sua abordagem ao desenvolvimento das crianças como algo somente possível se feito em uníssono com a natureza e o brincar livre.
Em sua carreira, dedicada à natureza como direito da infância, o caminho de Robin cruzou com o da psicoterapeuta Nilda Cosco, argentina nascida em Rosário, município referência em práticas que fomentam uma cidade educadora. Em 2000, os dois criaram a Natural Learning Initiative (NLI), organização especializada em projetar espaços ao ar livre com sede na NC State University, na Carolina do Norte (EUA).
Trabalhando com escolas, museus, praças e espaços urbanos, o instituto se fundamenta em quatro pilares: a assistência a comunidades, design participativo de projetos, formação de profissionais na área de educação e arquitetura e pesquisa.
“O instituto possui uma dedicação ao humano e ao natural. Na parte do meio ambiente, ele se concentra no mundo natural em situações urbanas, pensando em como se pode melhorar a biodiversidade de espaços onde crianças e famílias passam a maior parte do seu dia. E aí que entra a parte humana: ao fazer isso, estamos expondo-as à beleza e ao entendimento do mundo natural, para que cresçam cidadãos que entendem a importância de cuidar do planeta para futuras gerações”, explica Robin.
Esverdeando espaços com participação social
No livro “A Última Criança da Natureza,” Richard Louv, autor e parceiro do NLI, declara que “natureza e tempo são um binômio inseparável”. Para que as crianças se desenvolvam de maneira saudável, é necessário, no entanto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 12 m² de área verde. Em São Paulo, esse índice não passa de 2,6 m².
“No Brasil, nos Estados Unidos, o problema é sempre o mesmo: não somente a falta de espaço, mas a possibilidade de usá-lo. Seja um grande pátio ou um pedaço verde na rua, os ambientes externos têm o poder de atrair as crianças. Mas trabalhá-los é fazer com que elas se desconectem da cultura da tela”, explica Nilda, coordenadora de programas do NLI.
Confira na publicação original, como a liberdade de exploração da natureza contribui para a aprendizagem. Interagir com a natureza traz muitos benefícios para as crianças (e para os adultos também).