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7 experiências

Conviver

30 de janeiro de 2020

Conviver é uma forma de estar perto de outras pessoas, interagindo com elas, com mais ou menos proximidade, a depender do tipo de relação. Isso pode parecer simples, mas, na verdade, é um grande desafio. Como ninguém é igual a ninguém, ao estar junto, mais cedo ou mais tarde as diferenças entre desejos, hábitos, modos de ser, se expressar e pensar vão aparecer. E como lidar com os conflitos e questionamentos que isso desperta?
A chegada de um irmão ou irmã na família, fazer trabalhos escolares em grupo, dividir um brinquedo que está sendo disputado com os amigos, repartir o lanche com alguém… São muitas as situações que esperam das crianças uma abertura, por vezes desafiadora, à vida compartilhada.

Não basta conviver com o diferente: é preciso conversar com a criança sobre isso

Para favorecer o processo de socialização é fundamental que as crianças convivam com pessoas diferentes: no meio familiar, na escola ou na rua onde moram. E é também importante que cuidem para que as dúvidas e os conflitos vivenciados em alguns desses momentos sejam fontes de aprendizagem. Nessas situações, podemos sempre conversar com as crianças, respondendo às suas questões, ajudando-as a ver o outro com suas necessidades e desejos, e enfatizando, sobretudo, a importância do respeito.

Ajude a criança a fazer acordos e a falar sobre o que está sentindo

Quando são bem pequenas, até por volta dos três anos, as crianças tendem a ser mais centradas em si mesmas e, como tal, têm mais dificuldades de enxergar o outro. Também tendem a pensar que todas as outras crianças são e vivem exatamente como elas mesmas. Justamente por isso precisam que os mais velhos as ajudem em diversos momentos, mediando conflitos que surgem com outras crianças por conta de disputas por brinquedos, atenção ou espaço; indicando formas de falar sobre o que elas estão sentindo (como: “Eu não gostei do que você fez!” ou “Pode me emprestar um pouquinho?”); e ajudando-as a compreender os próprios sentimentos e sensações, por exemplo: “Parece que você ficou muito triste com o que sua irmã fez. Vamos juntas falar com ela? O que podemos dizer?”. Mesmo que os pequenos ainda não compreendam tudo o que está sendo dito, aos poucos vão incorporando atitudes como essas ao seu repertório.

Aos poucos, conforme as crianças vão crescendo, passam a observar mais as outras pessoas com as quais convivem e a perceber diferenças e semelhanças entre elas. Também percebem mais sobre si mesmas, seus gostos e formas de agir, e têm mais capacidade de se adaptar a diferentes situações. Talvez ainda precisem que os mais velhos as ajudem em algumas situações mais difíceis de briga, disputa ou confusão, mas se tornarão mais independentes e mais capazes de resolver os problemas conversando (e não batendo ou mordendo, por exemplo).
Quando a conversa não é suficiente, é preciso esperar que as crianças se acalmem um pouco, às vezes, separando-as até que se tranquilizem e depois retomando o que aconteceu, ajudando que elas conversem sobre isso e deem seus pontos de vista sobre a situação.

É importante que, desde a infância, as crianças tenham a oportunidade de perceber que cada um tem um jeito. Assim será mais fácil entender que as diferenças entre as pessoas não fazem delas melhores ou piores. Não é preciso julgá-las a partir de suas características, embora possamos reconhecê-las e falar sobre elas. Uma vez que o outro não é percebido como inferior ou superior, mas como alguém que, “como eu”, tem seus limites e suas possibilidades, abre-se espaço para a tolerância, a aceitação e a solidariedade.

Desenvolvendo o senso de comunidade

É na convivência que as crianças começam a criar um senso de comunidade mais apurado. Identificam de que modo podem ajudar e ser ajudadas, vivenciam momentos em que exigem mais do outro, mas também situações em que é preciso abrir mão de algumas vontades para atender a necessidades gerais, exercitam o compartilhamento e constroem uma identidade dentro dos grupos pelos quais circulam.

É importante propor situações para que as crianças tenham que se colocar no lugar do outro, algo que pode ser feito também cotidianamente em oportunidades, como: preparar uma surpresa ou até uma festa de aniversário para um amigo ou para um familiar, tentando pensar no que essa pessoa gosta; dividir brinquedos e partilhar jogos e brincadeiras; ou separar roupas e brinquedos que não estão sendo mais usados para doação ou para serem trocados com outras crianças.

Todas essas situações viabilizam aprendizagens que ocorrem de forma processual, mas nem sempre tranquila. Afinal, até para os mais velhos é difícil compreender completamente essas questões e encontrar maneiras de lidar com as diferenças. Entretanto, quanto mais os adultos forem capazes de exercitar a tolerância, a convivência e o diálogo, mais provável será que as crianças sigam tais modelos em suas relações.

Conviver em diferentes idades

 

Até 2 anos

Nessa idade os pequenos estão aprendendo a dividir o espaço com outras pessoas, o que pode ser muito rico logo cedo! Entender as regras, escutar e respeitar quem está ao seu lado são algumas das primeiras missões que eles terão, dentro e fora de casa. Será observando os adultos e convivendo com outras crianças que elas conseguirão, pouco a pouco, imitar comportamentos, divertir-se e resolver conflitos.

Até 4 anos

Aqui as crianças já conseguem entender um pouco melhor os combinados e fazer acordos com a ajuda dos adultos. Isso permite que elas também tenham maior liberdade para brincar entre si e dizer sobre o que sentem quando contrariadas.

Até 6 anos

Nesse momento as crianças já compreenderam muitos dos acordos sociais importantes para se viver em comunidade. As regras e os limites estão melhor estabelecidos e elas já dão conta de resolver alguns conflitos conversando, exercitando o diálogo e a tolerância com adultos e crianças da mesma idade. Isso também faz com que sintam maior prazer quando em companhia umas das outras e busquem cada vez mais situações de interação.

 

Vamos conhecer algumas situações em que as crianças aprendem por meio da convivência e os adultos contribuem para isso?

Visitando a vovó

Aprendendo a compartilhar

Os adultos dão exemplo

Vídeos: Conviver



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