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Crianças e Fab Labs: ampliando as aprendizagens

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Em parceria com Portal Aprendizicone-link-externo

O Portal Aprendiz identifica a educação integral como um potente instrumento de transformação da sociedade e entende que a cidade é um espaço repleto de oportunidades educativas capazes de promover, em conjunto a outros espaços formadores, o desenvolvimento integral dos indivíduos. O site espera estimular a reflexão e o engajamento social na construção de uma educação plural que transcenda os muros da escola e garanta a aprendizagem contínua e o pleno desenvolvimento dos sujeitos.

25 de janeiro de 2018

Iniciativa de professora de uma EMEI de São Paulo possibilita interações das crianças pequenas com os Fab Labs da cidade. Conheça melhor o trabalho feito por ela e apresentado neste post do nosso parceiro Portal Aprendiz.

A cidade de São Paulo tem a maior rede de Fab Labs livres do mundo, com 12 equipamentos de inovação disponíveis para quaisquer interessados em desenvolver projetos. São equipamentos com imenso potencial educativo e que vêm sendo aproveitados pela educadora Carolina Laiza, da EMEI Heitor Villa-Lobos, na zona sul da capital, que já desenvolveu mais de um projeto com o apoio de um Fab Lab.

“Percebemos que a turma estava enfrentando dificuldades para se relacionar e seria necessário um trabalho focado nas relações étnico-raciais e nas identidades”, relata Carolina. A solução encontrada foi expressar essa diversidade por meio de desenhos, que saíram do papel após a intervenção no Fab Lab. Os desenhos feitos pelas crianças foram então cortados na máquina a laser e transformados em crachá, causando fascínio imediato nos participantes – crianças e adultos.

Saber que os Fab Labs estavam disponíveis para projetos educativos expandiu a gama de possibilidades para a educadora, que acabou articulando-se com Éliton Meireles Moura, pesquisador da Universidade de São Paulo que estuda o Movimento Maker na educação, para desenhar novas ações.

Dessa vez, o território tratou de definir o tema a ser trabalhado. Isso porque uma escultura de um dos carros de corrida de Ayrton Senna foi realocada para uma das praças ao lado da escola, que passou a chamar-se Ayrton Senna. “As crianças viram as reformas no local e queriam saber o que estava acontecendo”, afirmou ela.

Para sanar a curiosidade das crianças, a professora propôs uma saída pelo bairro: foram ao modelódromo do Ibirapuera, caminharam pelas praças e aproveitaram a temática para introduzir a educação no trânsito. Somou-se a essas atividades a iniciativa de construir carrinhos para ativar essa pista e criar um novo espaço de brincadeira para as crianças. Era onde o Fab Lab poderia contribuir e muito.

“O Fab Lab topou a ideia de construir carrinhos na máquina de corte a laser e então idealizamos como eles seriam, ouvindo das crianças quais eram suas demandas”, explica Carolina. Ficou decidido que os carrinhos seriam usados em dupla e “vestidos” pelas crianças.

Enquanto os estudantes de Carolina Laiza descobriam Ayrton Senna, fabricavam os carros de corrida e trabalhavam educação no trânsito, descobriam-se também como parte do bairro. Por não morarem na região, a educadora relata que as crianças não entendiam o território ao redor da escola como pertencente a elas.

“As crianças acreditam que a praça é do Círculo Militar [que fica próximo à escola], e nós dissemos que também é deles. Quem mora, trabalha ou passa por ali também faz parte daquela praça”, enfatiza Carolina. Entre as atividades desenvolvidas, ela pediu aos alunos que fizessem um desenho. Posteriormente, todas as folhas com os desenhos foram deixadas em lugares estratégicos da praça com a inscrição “Aqui tem criança”, para que os passantes soubessem que elas também ocupam o local. “Agora eles reconhecem que têm direito de estar nesse território.”

Texto adaptado de: Portal Aprendiz

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