“A receita de Mandrágora”, uma das histórias do Espaço de Leitura, pode ser apresentada de formas bem distintas às crianças, que ainda terão que lidar com um universo de comparações. Vale a pena conhecer um pouco mais sobre essa história e sobre os recursos disponíveis no site!
Já apresentamos, aqui, o Espaço de Leitura, site que reúne histórias infantis acompanhadas de um amplo conjunto de recursos que permite às crianças, com ou sem o apoio de um adulto, se divertir e vivenciar experiências potentes com a linguagem escrita em suas múltiplas possibilidades.
Uma das histórias é “A receita de Mandrágora”, um conto moderno que traz como personagem central uma bruxa, cujo nome dá título à narrativa. Em seu enredo, Mandrágora, uma bruxa de varanda que mora num vaso de jardim – nada semelhante às bruxas das histórias clássicas! – receberá uma visita e deseja preparar a ela um prato especial. Porém, descobre que faltam partes em seu livro de receitas e resolve sair pelo mundo em busca da “receita da felicidade”. Mandrágora inicia, então, uma jornada, marcada na narrativa pela repetição: encontro com outros personagens (elementos da natureza) para os quais faz sempre a mesma pergunta (Qual é a receita da felicidade?). Como ocorre em outros enredos que também apresentam viagens e jornadas, está implícita aqui uma ideia de rito de passagem, de autoconhecimento: para descobrir algo que está em si mesma, Mandrágora sai pelo mundo buscando respostas.
Além da possibilidade de se conversar com as crianças sobre esses aspectos do enredo, no site a história pode ser acessada de diferentes modos: um adulto ou leitor mais experiente pode ler para a criança, ela pode ler sozinha, pode ouvir a história narrada oralmente ou ainda assistir a um vídeo da leitura acompanhada de movimentos gestuais. Conhecer uma narrativa por vias tão variadas favorece distintas interações, seja da criança com a história em si, seja dela com outros leitores, aumentando sua capacidade de compreensão e de apreciação.
A riqueza dos detalhes presentes nas ilustrações é outro ponto forte de “A receita de Mandrágora”, pois permitem que a criança antecipe qual será o próximo personagem da natureza que Mandrágora encontrará e, do mesmo modo, retome os episódios da história mais de uma vez.
Outra peculiaridade desse texto está na presença de comparações por meio de um potente recurso da língua: as figuras de linguagem, em especial, as metáforas e metonímias. A ideia não é que as crianças já sejam introduzidas numa análise linguística ou gramatical, bem ao contrário! É fato que, desde muito cedo, as crianças são capazes de ampliar seu conhecimento sobre a língua por meio das histórias. Está ali todo um contexto envolvendo ambientes, personagens e episódios que favorece uma ampla imersão no universo da linguagem. As comparações integram essas narrativas, bem como são também usadas na linguagem cotidiana – como nas conversas.
Acompanhando o conto “A receita de Mandrágora” estão também atividades que aproximam ainda mais as crianças dessas comparações, pois explicam expressões populares e metáforas que envolvem partes do corpo, como “ficar com os cabelos em pé” ou “não ter pé nem cabeça”.
Essas explicações (localizadas em “Pistas”) podem ser lidas pelas crianças maiores ou mediadas pela leitura e pela conversa com um leitor mais experiente.
O site apresenta também explicações mais detalhadas que fundamentam as escolhas linguísticas feitas na composição do conto, bem como outras atividades para realizar com as crianças.
Agora, que tal apresentar às crianças “A receita de Mandrágora” e favorecer momentos de diversão e também de aprendizagem? Boa leitura!